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Estado de Minas

'H� mais de quinze anos n�o assino nem mesmo um cheque', afirma Odebrecht

Fez parte da estrat�gia da defesa a entrega de um documento com 60 perguntas e respostas do empres�rio


postado em 30/10/2015 19:07 / atualizado em 30/10/2015 18:40

O empres�rio Marcelo Bahia Odebrecht, alvo da Opera��o Lava Jato, afirmou ao juiz federal S�rgio Moro que "h� mais de 15 anos n�o assina nem mesmo um cheque" em nome do grupo que preside. Interrogado na a��o em que � r�u por corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa, Odebrecht entregou a Moro, autor do decreto de sua pris�o, um documento com 60 perguntas e respostas que abordam a ess�ncia da acusa��o da for�a-tarefa do Minist�rio P�blico Federal.

A estrat�gia do presidente da maior empreiteira do Pa�s � mostrar que ele n�o centralizava decis�es.

'Como presidente da Odebrecht S/A o sr. movimenta contas banc�rias ou faz opera��es financeiras em nome da empresa?', � a pergunta n�mero 7 do question�rio produzido pela defesa do empreiteiro. Sua resposta: "N�o. H� mais de 15 anos n�o assino nem mesmo um cheque em nome das empresas da Organiza��o, tampouco ordeno ou controlo opera��es financeiras. Pelo que me lembro, o �ltimo cheque que assinei foi quando atuei como diretor de contrato em obra."

A pergunta n�mero 8 segue a mesma linha. 'E com rela��o �s outras empresas do Grupo, como a Construtora Norberto Odebrecht, o sr. movimenta contas banc�rias ou faz opera��es financeiras? O sr. tem autonomia e poderes para tanto?'. Ele responde: "Tamb�m n�o. Cada empresa do Grupo tem sua gest�o pr�pria, inclusive financeira. Como disse, h� pelo menos 15 anos n�o assino cheques ou ordeno qualquer opera��o financeira das empresas do Grupo".

Em outro trecho do pingue-pongue que o empreiteiro entregou ao juiz Moro, a pergunta �: 'Quem � o respons�vel pela gest�o das empresas do Grupo Odebrecht?' Sua resposta: "Cada �rea de neg�cio tem o seu executivo respons�vel, l�der empresarial, sua diretoria, e � submetida a um Conselho de Administra��o. A gest�o das empresas � feita de forma aut�noma por executivos profissionais e segue r�gidas regras de governan�a."

'Como presidente da Odebrecht S.A. o sr. tem alguma interfer�ncia na gest�o das 15 �reas de neg�cios e mais de 300 empresas do Grupo?'. Marcelo Odebrecht: "A Odebrecht S.A. � a controladora das empresas do Grupo e, como tal, consolida o seu resultado. Importante ressaltar que a Odebrecht, e, por consequ�ncia o seu presidente, n�o se envolve na gest�o de nenhuma �rea de neg�cio espec�fica, j� que cada empresa do Grupo tem autonomia para gerir suas atividades."

O empres�rio afirmou ainda que "pessoalmente nunca se envolveu na gest�o das mais de 300 empresas que se consolidam nas 15 �reas de neg�cios que comp�em o Grupo, seja porque essa interfer�ncia seria humanamente imposs�vel, seja porque ela � totalmente contr�ria � nossa cultura de delega��o planejada, pleno empresariamento e descentraliza��o na condu��o dos neg�cios do Grupo".

Ele disse que se reporta ao Conselho de Administra��o da Odebrecht S.A. Quando foi preso pela Pol�cia Federal no �mbito da Opera��o Erga Omnes, desdobramento da Lava Jato em 19 de junho, exercia a fun��o de presidente da Odebrecht S.A., holding do Grupo Odebrecht. Tamb�m ocupava o cargo de presidente do Conselho de Administra��o das empresas Odebrecht Realiza��es Imobili�rias e Participa��es S.A., Odebrecht �leo e G�s S.A., Odebrecht Agroindustrial S.A., Odebrecht Ambiental Participa��es S.A. e Braskem S.A.

"O meu papel como presidente � convocar e coordenar as reuni�es de Conselho de Administra��o. O presidente do Conselho n�o � um executivo da companhia, mas um representante do acionista que olha pelas quest�es macro da companhia, n�o afetas � sua gest�o e ao seu dia-a-dia operacional. O Conselho � um �rg�o colegiado, que toma decis�es coletivamente e em que o Presidente n�o possui voto de minerva."

Odebrecht disse que "conhece socialmente, ou at� mesmo em fun��o das atividades empresariais" alguns executivos das outras empreiteiras acusadas de formarem cartel nos contratos da Petrobras. Ele ressaltou. "Nunca tratei de assuntos relacionados � Petrobras, nem sobre qualquer licita��o espec�fica, com qualquer um deles."

O empres�rio � taxativo. "Eu n�o participava de licita��es, muito menos de negocia��es de contratos de nenhuma das empresas do Grupo, ou de or�amenta��o para apresenta��o de propostas." "Me envolver nessas quest�es iria contra a cultura do Grupo, que � baseada na delega��o planejada e na descentraliza��o. H� empres�rios no Grupo que t�m esse papel. Quem decide � o Diretor de Contrato e sua equipe."

'Conhece Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobr�s e primeiro delator da Lava Jato)?' "Conhe�o porque durante anos ele foi conselheiro da Braskem, indicado pela acionista Petrobras. Minha rela��o com ele sempre se deu quanto a temas que eram discutidos no �mbito do Conselho de Administra��o da Braskem. Nunca tratamos de assuntos relacionados a obras, licita��es, contratos ou aditivos com a Petrobras."

Marcelo Odebrecht afirma que n�o conhecia Renato Duque (ex-diretor de Servi�os da estatal) e Alberto Youssef, doleiro da Lava Jato que distribu�a propinas a mando de empreiteiros. Que nenhum diretor da Petrobras lhe pediu contribui��o partid�ria. Ele declarou, por escrito, que "jamais autorizaria" pagamento de propinas, "jamais orientaria esse tipo de conduta ilegal".


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