Curitiba – O presidente da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, afirmou � Justi�a nessa sexta-feira, em uma manifesta��o escrita, que a for�a-tarefa da Opera��o Lava-Jato “distorceu fatos” com o objetivo “ilegal” e “cruel” de sujeit�-lo � pris�o preventiva. Ele est� preso desde 19 de junho, em Curitiba, acusado de corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa na Petrobras. “Fica evidente a distor��o dos fatos com o objetivo malicioso de atribuir a mim uma inten��o de fuga completamente infundada. Trata-se de uma iniciativa n�o apenas ilegal, como cruel, apenas para me sujeitar a pedido de pris�o preventiva”, afirmou na defesa entregue ao juiz S�rgio Moro antes de ser interrogado.
O primeiro interrogat�rio de Odebrecht marca a fase final da a��o penal envolvendo ele e outros cinco executivos do grupo. “Importante esclarecer desde logo que nunca cogitei interferir em investiga��es”, afirmou ele no texto. Em uma sequ�ncia de 60 perguntas e respostas”, o presidente da empreiteira tenta rebater argumentos da acusa��o do Minist�rio P�blico Federal (MPF) que justificaram a pris�o preventiva.
Uma das anota��es questionadas pelo empres�rio foi a que registra: “trabalhar para parar/anular (dissidentes PF...)”. Para a PF, tratava-se de poss�vel orienta��o � defesa para atrapalhar as apura��es da Lava-Jato. “Esta anota��o foi feita, portanto, apenas para acompanhar o assunto, n�o tendo qualquer rela��o com as ila��es feitas pelo Minist�rio P�blico no sentido de que eu estaria manipulando investiga��es”, sustentou Odebrecht. “A alega��o de que poderia ter interesse em interferir nas investiga��es n�o � verdadeira; a interpreta��o da anota��o � propositadamente deturpada, desarrazoado o uso de fatos noticiados em reportagens de jornal para fundamentar acusa��o penal.”
Numa das notas, em que aparece “PRC/Su��a. PV?”, a PF afirma que teria a ver com pagamentos feitos ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa na Su��a. Marcelo diz que a anota��o foi feita porque ele viu na “m�dia men��es da dela��o de Paulo Roberto Costa” e ia checar se havia planilha de valores anexa � dela��o que ajudasse a investiga��o interna. “A maior prova de que nunca cogitei em apagar nada � que minhas pr�prias notas e mensagens foram integralmente apreendidas em meu celular.”