O julgamento da chamada “Chacina de Una�” segue na tarde desta quarta-feira com o depoimento de testemunhas do caso. Desta vez quem est� sendo julgado � o ex-prefeito de Una� Ant�rio M�nica. Os depoimentos ocorrem na sede da Justi�a Federal, em Belo Horizonte. Primeiro a falar ap�s a pausa para o almo�o, Erinaldo de Vasconcelos Silva, condenado por ter executado os fiscais e delator da Justi�a, confirmou que foi contratado por Francisco Pinheiro a pedido de "fazendeiros" para matar Nelson da Silva. Disse que s� ficou sabendo os nomes dos mandantes depois de ser preso. Mas, afirmou que na pris�o Norberto M�nica pediu para que eles sustentassem a tese de latroc�nio porque assim todos sairiam da pris�o. Em troca de confirmar a vers�o, Norberto daria a Erinaldo um caminh�o.
Ainda em seu depoimento, Erinaldo confirmou que depois do crime uma pessoa esteve no local em um Marea escuro. O carro pertence � mulher de Ant�rio M�nica. No entanto, disse que n�o viu o rosto do Motorista. Chovia na hora. Segundo Erinaldo, Jos� Alberto foi ate carro e afirmou que o "chefe" estava bravo. Erinaldo esta condenado a 76 anos, cumpriu 11 em regime fechado e dentro de um ano vai progredir de regime.
Na sequ�ncia, foi a vez de Elen Fernanda Melo, gerente financeira, administrativa e de RH d� Uma Cereais de Hugo Alves Pimenta. � �poca do crime, percebeu uma movimenta��o extraordin�ria com o saque de dois ou tr�s cheques e os valores entregue a Hugo. Confirmou que todos os irm�os Manica mantinham contato comercial com a Uma. A empresa, segundo ela, tinha neg�cios com 70 fazendeiros e nunca viu Ant�rio por l�.
Outro a falar � Justi�a na tarde de hoje, D�nis Mendes Texeira, ex-funcion�rio do condom�nio empregador da fam�lia M�nica; Ele disse que o fiscal Nelson esteve no condom�nio onde chegou por volta de 15h e saiu �s 20h. Confirmou que no dia anterior as execu��es Nelson fiscalizou a Fazenda Novo Mundo de Ant�rio. "O crime foi b�rbaro e � natural que as pessoas tenham medo de falar sobre isso", disse D�nis.
Durante a fala de D�nis, o advogado de defesa, Marcelo Leonardo, indagou a testemunha para que ele dissesse quem � o dono da fazenda Novo Mundo. D�nis reafirmou que era de Ant�rio, de acordo com informa��o do advogado de Norberto M�nica.
Liga��es no dia do crime
A servidora da subdelegacia do Trabalho de Una�, Rita Cristina Carneiro Neiva Mundim, disse que no dia do crime, Ant�rio ligou por volta da 9h30 para a unidade para saber se todos os fiscais tinham morrido. Ela disse que n�o sabia e ele ligou 15 minutos depois para confirmar as execu��es. Ela ainda disse que no dia anterior ao crime uma pessoa ligou para a delegacia para saber at� que horas Nelson ficaria no local porque pretendiam mandar uma telemensagem e flores.
Dor da fam�lia
A esposa de Erast�tenes de Almeida Gon�alves – um dos fiscais mortos -, Marinez Lina, tamb�m foi ouvida como informante. O rel�gio de Erastot�nes foi a chave fundamental para esclarecer o crime. "At� hoje a dor n�o cala. As fam�lias s�o as verdadeiras condenadas a viver com filhos sem pai e mulheres sem marido", disse a vi�va.
Entenda o caso
A Chacina de Una� aconteceu em 28 de janeiro de 2004 e repercutiu mundialmente. Os auditores fiscais do Trabalho Erast�tenes de Almeida Gon�alves, Jo�o Batista Soares Lage e Nelson Jos� da Silva e o motorista Ailton Pereira de Oliveira foram mortos a tiros enquanto faziam uma fiscaliza��o de rotina na zona rural de Una�.
A Pol�cia Federal (PF) pediu o indiciamento de nove pessoas por homic�dio triplamente qualificado: os fazendeiros e irm�os Ant�rio e Norberto M�nica, os empres�rios Hugo Alves Pimenta, Jos� Alberto de Castro e Francisco Elder Pinheiro, al�m de Erinaldo de Vasconcelos Silva e Rog�rio Alan Rocha Rios, apontados como autores do crime, Willian Gomes de Miranda, suposto motorista da dupla de assassinos, e Humberto Ribeiro dos Santos, acusado de ajudar a apagar os registros da passagem dos pistoleiros pela cidade.
Um dos r�us, o empres�rio Francisco Elder, morreu no �ltimo dia 7, aos 77 anos. Apesar do crime ter sido cometido em 2004, os tr�s primeiros respons�veis pela chacina de Una� s� foram condenados em agosto de 2013. Erinaldo de Vasconcelos Silva recebeu pena de 76 anos e 20 dias por tr�s homic�dios triplamente qualificados e por forma��o de quadrilha, Rog�rio Alan Rocha Rios a 94 anos de pris�o pelos mesmos crimes e William Gomes de Miranda a 56 anos de reclus�o por homic�dio triplamente qualificado.