
O ex-presidente da Petrobras Jos� S�rgio Gabrielli afirmou nesta segunda-feira, 16, que a compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobras, em 2006, foi "uma opera��o coerente com o Plano de Neg�cios da Companhia". A aquisi��o, caso emblem�tico de corrup��o na estatal, � alvo da Opera��o Corros�o, 20ª etapa da Lava Jato, deflagrada nesta manh�.
"Reafirmo que a aquisi��o da Refinaria de Pasadena em 2006 foi uma opera��o coerente com o Plano de Neg�cios da Companhia, em vigor desde 1997, com orienta��es estrat�gicas para um mercado brasileiro de combust�veis, que n�o crescia desde aquele ano, mas tinha perspectivas de aumentar a produ��o do seu petr�leo Marlim", disse Gabrielli, em nota. "Nos EUA havia um boom de aquisi��es de refinarias com baixa capacidade de processamento de petr�leo pesado, para que o comprador, geralmente produtor de petr�leo pesado, fizesse os investimentos necess�rios para processar este tipo de petr�leo e capturar as margens relevantes. Assim orientava o Plano de Neg�cios da Petrobras aprovado pelo Conselho de Administra��o antes de 2003."
O engenheiro Agosthilde M�naco de Carvalho, novo delator da Opera��o Lava Jato, declarou � for�a-tarefa do Minist�rio P�blico Federal que o ex-diretor da �rea Internacional da Petrobras Nestor Cerver� lhe disse que a compra de Pasadena poderia "honrar compromissos pol�ticos" de Gabrielli. Agosthilde M�naco de Carvalho foi assistente de Cerver� na �rea Internacional.
"De acordo com as informa��es fornecidas por Nestor Cerver�, este neg�cio atenderia ao interesse de Gabrielli em realizar o Revamp (Renova��o do Parque de Refino) e ao interesse da �rea internacional em adquirir a Refinaria", declarou M�naco.
Jos� S�rgio Gabrielli recha�ou as declara��es de Agosthilde M�naco de Carvalho. "As dela��es premiadas destes corruptos confessos n�o fazem acusa��es diretas a minha pessoa, sempre se referindo a "ouvir dizer", "fulano comentou", "sicrano disse" e portanto, acredito, as investiga��es v�o concluir pela falsidade das ila��es."
Segundo o Tribunal de Contas da Uni�o, a compra da refinaria causou um preju�zo de US$ 792 milh�es. Os delatores Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobras) e Fernando Baiano (operador de propinas na estatal) confessaram pagamento de propina no neg�cio.
Segundo Baiano, a compra de Pasadena envolveu uma propina de pelo menos US$ 15 milh�es e teve como figura central das negocia��es o ex-gerente de Intelig�ncia de Mercado da Diretoria de Internacional da Petrobras Rafael Mauro Comino, um dos alvos da Opera��o Corros�o. O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos delatores da Lava Jato, mencionou pagamento de propina envolvendo o neg�cio em sua colabora��o. Costa afirmou, sem dar mais detalhes, que a propina neste neg�cio poderia ter chegado a US$ 30 milh�es, e disse que recebeu US$ 1,5 milh�o para "n�o atrapalhar" a compra.
"Se algu�m se locupletou com opera��es fraudulentas relacionadas com a aquisi��o, que pague por seus erros, depois das investiga��es policiais e o devido processo legal. Corrup��o � um caso de pol�cia e como tal deve ser tratado, dentro dos marcos legais vigentes na democracia brasileira. Se houve comportamento inadequado de alguns, que se cumpra a Lei", sustentou Gabrielli.
VEJA A �NTEGRA DA NOTA DIVULGADA PELO EX-PRESIDENTE DA PETROBRAS JOS� S�RGIO GABRIELLI
"Reafirmo que a aquisi��o da Refinaria de Pasadena em 2006 foi uma opera��o coerente com o Plano de Neg�cios da Companhia, em vigor desde 1997, com orienta��es estrat�gicas para um mercado brasileiro de combust�veis, que n�o crescia desde aquele ano, mas tinha perspectivas de aumentar a produ��o do seu petr�leo Marlim. Nos EUA havia um boom de aquisi��es de refinarias com baixa capacidade de processamento de petr�leo pesado, para que o comprador, geralmente produtor de petr�leo pesado, fizesse os investimentos necess�rios para processar este tipo de petr�leo e capturar as margens relevantes. Assim orientava o Plano de Neg�cios da Petrobras aprovado pelo Conselho de Administra��o antes de 2003.
A Refinaria foi adquirida por um valor de cerca de 7900 d�lares por barril de capacidade de destila��o, no ano em que as 11 opera��es de aquisi��es de refinarias no mundo foram transacionadas entre 3 mil e poucos d�lares por barril e 18,9 mil d�lares, com uma m�dia de 10,9 mil d�lares por barril. Pasadena foi adquirida assim por menos do valor m�dio de aquisi��es de refinarias daquele ano.
O mercado mudou radicalmente a partir de 2008, com a crise financeira internacional e com a expans�o da oferta de petr�leo leve nos EUA e a Refinaria enfrentou problemas at� 2013, quando passou novamente a ser um bom neg�cio com a queda dos pre�os da mat�ria prima leve no Texas e altas margens de refino que continuam at� hoje em 2015. O mercado de refino � c�clico e a Refinaria sofre estas subidas e descidas do mercado.
A partir de 2008 com a intensifica��o dos conflitos com o s�cio belga na refinaria, a Petrobras n�o realizou qualquer pagamento at� que a Justi�a americana decidisse o valor da segunda metade, quando, em meados de 2012, a opera��o foi conclu�da para cumprir as decis�es judiciais.
Se algu�m se locupletou com opera��es fraudulentas relacionadas com a aquisi��o, que pague por seus erros, depois das investiga��es policiais e o devido processo legal. Corrup��o � um caso de pol�cia e como tal deve ser tratado, dentro dos marcos legais vigentes na democracia brasileira. Se houve comportamento inadequado de alguns, que se cumpra a Lei.
As dela��es premiadas destes corruptos confessos n�o fazem acusa��es diretas a minha pessoa, sempre se referindo a "ouvir dizer", "fulano comentou", "sicrano disse" e portanto, acredito, as investiga��es v�o concluir pela falsidade das ila��es".