
O empres�rio Eike Batista afirmou nesta ter�a-feira que considera estranho ter sido convocado para prestar depoimento na CPI que investiga irregularidades em fundos de pens�o. Ele, entretanto, demonstrou incerteza sobre poss�veis investimentos de fundos de pens�o de estatais em suas empresas, que acabaram ruindo e sendo entregues a credores.
Em sua fala inicial aos parlamentares, Eike chegou a negar que recursos de fundos de pens�o tenham sido aplicados nas empresas. "Nenhum fundo de pens�o investiu na minha companhia. Os recursos vieram de empresas estrangeiras", disse. Em seguida, o executivo foi interpelado pelo deputado S�rgio Souza (PMDB-PR), que afirmou ter tomado conhecimento de que o Postalis, fundo de servidores dos Correios, teria comprado R$ 127 milh�es em a��es do grupo EBX. O empres�rio ent�o afirmou n�o ter conhecimento da informa��o. "Essa compra � feita direto na Bolsa, � uma a��o independente", explicou.
A presen�a do executivo foi solicitada por requerimento dos deputados Marcus Vicente (PP-ES) e Raul Jungmann (PPS-PE). No pedido, os parlamentares justificaram que o Grupo EBX, conglomerado de companhias que eram controladas por Eike, receberam aportes financeiros dos principais fundos de pens�o investigados pela CPI.
A CPI dos Fundos de Pens�o foi instalada em agosto para apurar ind�cios de aplica��o incorreta de recursos e manipula��o na gest�o de fundos de previd�ncia complementar de servidores p�blicos entre 2003 e 2015. At� o momento, foram ouvidos diretores de Petros (da Petrobras), Funcef (da Caixa Econ�mica Federal), Previ (do Banco do Brasil) e Postalis (dos Correios), al�m do doleiro Alberto Youssef.
Na manh� de hoje, Eike prestou mais de tr�s horas de depoimento � CPI do BNDES. Ele disse que n�o gerou nenhum preju�zo ao banco de fomento e afirmou que contratou o ex-ministro Jos� Dirceu para atuar junto ao governo boliviano para dar andamento a um projeto de siderurgia que acabou fracassando.
� CPI do BNDES, ele afirmou tamb�m que conhece Fernando Antonio Falc�o Soares, o Fernando Baiano, conhecido como operador de propinas do PMDB. O empres�rio ponderou, entretanto, que nenhum projeto foi concretizado com Baiano.