Bras�lia – Por interm�dio de aliados, o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem orientado aqueles que ele acredita estarem a seu lado no Conselho de �tica a esvaziarem a sess�o agendada para esta quinta-feira, quando o relator do processo de cassa��o, Fausto Pinato (PRB-SP), apresentar� seu parecer preliminar. A ideia de tentar derrubar a reuni�o por falta de qu�rum � fazer um primeiro teste de fidelidade. A conta do n�cleo duro de Cunha, formado por Paulinho da For�a (SD-SP), Jovair Arantes (PTB-GO) e Andr� Moura (PSC-SE), � a de que o peemedebista tem de oito a 10 votos favor�veis a ele, entre os 21 membros do Conselho.
Outra manobra ser� o presidente da C�mara iniciar rapidamente, pela manh�, a vota��o no plen�rio. Pelas regras da Casa, as comiss�es n�o podem deliberar quando come�a a chamada “ordem do dia” no plen�rio principal. N�o conseguindo esvaziar a sess�o do conselho desta quinta-feira, a outra sa�da, j� adiantada h� semanas, � pedir vista do relat�rio, o que adia a aprecia��o do parecer para a semana que vem.
Cunha tem apostado em manobras regimentais para tentar atrasar seu processo de cassa��o. Tamb�m nesta quinta-feira, ele deve entregar uma defesa preliminar, n�o prevista nesta fase do caso. Pinato apresentou seu parecer preliminar quatro dias antes de vencer o prazo limite. Sob o argumento de que teve seu direito de defesa cerceado, o presidente da C�mara poder� pedir a substitui��o do relator.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de Pinato ser afastado por vontade de Cunha, o presidente do Conselho de �tica, Jos� Carlos Ara�jo (PSD-BA), respondeu: “Ele � presidente da C�mara. Eu sou o presidente do Conselho de �tica”. Ara�jo afirmou n�o haver nenhuma possibilidade de acatar um pedido de afastamento de Pinato. “Ele n�o se manifestou em nenhum momento sobre quest�es de m�rito. O relat�rio foi apresentado antes, porque ele terminou antes, mas est� lacrado. N�o tem nada demais.”
IMPEACHMENT O presidente da C�mara disse a deputados da bancada do PMDB que a possibilidade de deflagra��o de um processo de impeachment contra Dilma Rousseff perdeu for�a e ficar� para 2016, no m�nimo. A posi��o foi repassada aos peemedebistas em jantar na casa de Eduardo Cunha na quarta-feira da semana passada, mesmo dia em que o oposicionista PSDB formalizou publicamente o rompimento com Cunha.
Segundo declara��es de deputados que participaram do jantar, todos favor�veis ao impeachment de Dilma, Cunha disse que n�o vai se posicionar sobre os principais pedidos de afastamento da petista neste ano, diferentemente do que vinha afirmando at� ent�o – ele dizia que tomaria uma decis�o ainda em novembro. “Ele disse ter a impress�o de que a possibilidade de impeachment perdeu for�a, que n�o h� nesse momento apoiamento popular, embora o ocorrido nas contas da Dilma (o Tribunal de Contas da Uni�o rejeitou a contabilidade de 2014) sejam fato para levar o impeachment adiante”, afirmou o deputado Hildo Rocha (PMDB-MA), aliado de Cunha e que participou do jantar.
O deputado Darc�sio Perondi (PMDB-RS) fez outra avalia��o da fala de Cunha durante o jantar. “Para mim, ele n�o pensa mais nisso de forma alguma. Se decepcionou com o PSDB, que n�o sabe de que lado fica e agora precisa estar com o governo.”
Acusado de integrar o esquema de corrup��o da Petrobras e respondendo a um processo de cassa��o, Cunha vinha se equilibrando entre oposi��o e governo na tentativa de angariar apoio para salvar seu mandato. Usa, para isso, a prerrogativa que tem de decidir, monocraticamente, sobre a sequencia ou n�o de pedidos de impeachment contra Dilma. H� hoje na C�mara 10 pedidos de impeachment contra Dilma.
‘Pe�a de marketing’
O presidente nacional do PSDB, senador A�cio Neves (MG), afirmou nessa quarta-feira (18) que, enquanto o PMDB n�o romper com governo, o documento com propostas na �rea econ�mica lan�ado na ter�a-feira pelo partido parecer� uma “pe�a meramente de marketing” e algo “secund�rio”. Em entrevista antes de seguir para sess�o do Congresso, o tucano disse n�o ver disposi��o do PMDB em, de fato, defender as propostas apresentadas, as quais, segundo ele, s�o “inspiradas” nos projetos historicamente defendidos pelo PSDB. “� absolutamente leg�timo que um partido como o PMDB apresente propostas ao Pa�s. Mas eu realmente as levaria mais a s�rio se o PMDB deixasse o governo, os sete minist�rios e os cargos que ainda hoje nomeia, para defender ao nosso lado essas propostas, at� porque muitas delas t�m converg�ncia com aquilo que apresentamos durante a campanha eleitoral”, afirmou A�cio.