S�o Paulo - Funcion�rios da Prefeitura de S�o Paulo ajudaram �rg�os de repress�o a acobertar assassinatos contra militantes pol�ticos durante a ditadura militar, de acordo com recente relat�rio da Comiss�o da Mem�ria e Verdade do Executivo paulistano. A a��o desses servidores teria sido permitir que pessoas fossem enterradas com identidades falsas ou for�ar fam�lias a fazer enterros com caix�o lacrado a fim de ocultar viol�ncia nos corpos das v�timas.
A comiss�o acredita que militantes pol�ticos foram enterrados como indigentes em valas comuns nos cemit�rios do Jardim S�o Lu�s, bairro da zona sul da capital, e no de Quarta Parada, na zona leste. At� agora, os locais conhecidos por entidades de direitos humanos eram a localizadas no cemit�rio de Perus, na zona norte, e no de Vila Formosa, na zona leste.
Para a presidente da comiss�o, Teresa Lajolo, muitos corpos que foram lan�ados como indigentes nos registros do munic�pio possu�am identifica��o. "O relat�rio aponta o problema dos indigentes. Eles eram, vamos dizer, produzidos, por meio de uma forma de verifica��o feita pelo servi�o de �bitos. Muitas vezes eram pessoas que tinham todos os elementos para a identifica��o e a fam�lia n�o era contatada", diz.
"Esse mesmo esquema (de classifica��o dos indigentes) que existiu na �poca da ditadura existia at� hoje." Segundo ela, ap�s o in�cio da investiga��o da Comiss�o da Verdade, o servi�o funer�rio passou a publicar no Di�rio Oficial as listas de indigentes que s�o enterrados.
Funcion�rios
O relat�rio tamb�m informa que funcion�rios da administra��o municipal foram perseguidos por agentes da repress�o no per�odo investigado - entre 1964 e 1988. De acordo com a apura��o, os servidores eram penalizados com corte de aposentadorias, exonera��es dos cargos e, em alguns casos, at� levados a pris�es.
O relat�rio, no entanto, n�o traz nomes nem n�meros de quantos funcion�rios foram perseguidos na ditadura. "N�s ainda estamos em processo de pesquisa", destaca Tereza Lajolo, segundo quem as pesquisas foram baseadas em documentos de arquivo do Estado, do Departamento de Ordem Pol�tica e Social (DOPS), do Instituto M�dico Legal (IML) e do servi�o funer�rio.