
A presidente Dilma Rousseff (PT) fez nesta quinta-feira um discurso em defesa da pol�tica de cotas para negros e disse que � preciso privilegiar aqueles que permaneceram por s�culos apartados. "A lei de cotas faz parte de um processo que n�o pode parar", afirmou, durante cerim�nia comemorativa pelo Dia Nacional da Consci�ncia Negra, que � celebrado nesta sexta-feira, no Pal�cio do Planalto.
"Sem a��es demorar�amos ainda mais para chegar ao est�gio atual e come�ar a reduzir fosso secular entre brancos e negros no Brasil", ponderou.
Na cerim�nia, a presidente entregou t�tulos de posse e cess�o de uso de terras para comunidades quilombolas. Segundo o governo, as medidas beneficiam 2.457 fam�lias. Dilma afirmou que no Brasil a pobreza sempre teve uma cor predominante: "a cor negra". "Por isso os impactos positivos do Bolsa-Fam�lia, do Minha casa, minha vida s�o maiores nas popula��es negras."
Segundo ela, � preciso enfrentar a exclus�o racial "que historicamente marcou nosso pa�s" para reparar injusti�as cometidas contra a comunidade negra e tentar pagar a "imensa d�vida social" que o Brasil tem com os negros.
"Sabemos que por conta de anos a fio, de centenas de anos, que n�s tivemos de escravid�o em nosso pa�s, temos que olhar e ter a consci�ncia que � necess�rio privilegiar aqueles que permaneceram por s�culos apartados e at� desconsiderados na divis�o da riqueza".
No final do seu discurso, a presidente ressaltou que a toler�ncia � o melhor caminho para evitar casos de preconceitos e, sem citar os ataques terroristas na Fran�a, condenou atos de xenofobia e o racismo.
Conflito
A representante da Coordena��o Nacional das Comunidades Quilombolas, Sandra Maria Andrade, que participou da cerim�nia, destacou a marcha das mulheres negras realizada ontem em Bras�lia e lembrou em seu discurso do epis�dio de conflito entre as manifestantes e o grupo que est� acampado no gramado do Congresso e que pede a sa�da da presidente Dilma. "Os acampados que est�o tirando f�rias ali, acho que v�o sair mais r�pido", provocou.
Nesta quarta-feira, respons�veis pela marcha das mulheres negras afirmaram que iriam entrar na Justi�a e denunciar os acampados pela agress�o, que classificaram como "racismo".
Sandra afirmou ainda que o movimento espera contar "com a sensibilidade" de Dilma no apoio �s comunidades negras e ressaltou que o grupo defende o mandato da presidente. "N�o haver� golpe, presidente. Isso n�s podemos afirmar."