S�o Paulo - Auditoria da Controladoria-Geral da Uni�o (CGU) identificou esquema criminoso que, h� mais de dez anos, praticava irregularidades em licita��es de obras de saneamento b�sico do Mato Grosso. Relat�rios da CGU apontam pelo menos 25 contratos com mais de sete mil dias de atraso.
Os relat�rios da Controladoria revelam a "participa��o fraudulenta" de pessoas jur�dicas pertencentes a um mesmo grupo econ�mico. Todas elas se vinculavam, direta ou indiretamente, a um mesmo empres�rio que se utilizava da fam�lia e de "laranjas".
A investiga��o aponta que, durante a execu��o das obras pelas empresas, havia "atraso injustificado" nas atividades. A principal empresa do grupo firmou, desde 2008, 34 contratos com prefeituras mato-grossenses, no valor total de R$ 122 milh�es. Apenas nove contratos foram conclu�dos. O restante j� soma mais de sete mil dias de atraso, indica a Controladoria.
A PF atribui ao grupo crimes de falsifica��o e uso de documento falso, corrup��o de funcion�rios p�blicos, organiza��o criminosa e crimes relacionados �s licita��es, como superfaturamento de pre�os.
Segundo a for�a-tarefa que deflagrou a Protheus, o nome da opera��o ‘faz refer�ncia ao deus da mitologia grega que tinha o dom da premoni��o, tal qual fraudadores de licita��es que, de antem�o, sabem quem ser� contratado pela administra��o p�blica’.
A PF informou que as fraudes consistiam na constitui��o de pessoas jur�dicas com pessoas interpostas ("laranjas") a fim de possibilitar a apresenta��o de diversas propostas no processo licitat�rio, "com o intuito de simular competi��o que, na realidade, favorecia apenas as empresas ligadas a um mesmo grupo empresarial". Essas empresas apresentavam pre�os superfaturados em preju�zo aos cofres p�blicos. Foram colhidos ind�cios de que o grupo concentrava suas pr�ticas il�citas em torno de obras de saneamento b�sico.