
Bras�lia - Segundo na linha sucess�ria da Presid�ncia da Rep�blica, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) evitou nesta quinta-feira, 3, participar das principais discuss�es com integrantes da c�pula do governo e de se posicionar publicamente sobre a instaura��o do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
A mesma conduta de Temer tem sido adotado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e lideran�as do partido na Casa. Ao ser questionado sobre a abertura do processo, Renan se esquivou e afirmou que n�o tinha conhecimento do conte�do da a��o. A avalia��o inicial das lideran�as do PMDB da Casa � de que o momento � de "cautela", uma vez que a quest�o ainda precisa ter seus desdobramentos na C�mara, onde o processo dever� ser discutido inicialmente.
Nos bastidores, a c�pula do PMDB diz que � preciso "descolar" de Cunha neste momento. Mas avalia que n�o pode ficar alheia a ponto de se distanciar muito de uma solu��o para o caso. A busca � pela equidist�ncia.
N�o por acaso, Temer, Renan e o segundo vice-presidente do Senado, Romero Juc� (PMDB-RR), se reuniram logo ap�s o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), definir o in�cio do processo. No encontro, segundo relatos, Renan considerou que o momento � de se ter "sobriedade" e "seriedade" e ressaltou que em nenhum momento incentivou Cunha a tomar a decis�o pelo in�cio do processo de impedimento.
Seguindo a estrat�gia de se afastar das discuss�es sobre o tema, Temer deixou Bras�lia na tarde de ontem e foi para S�o Paulo, deixando a sua cadeira vaga na reuni�o organizada pelos ministros da coordena��o pol�tica, em que se discutiu os caminhos que dever�o ser enfrentados com a deflagra��o do processo de afastamento de Dilma.
Em meio ao tumultuado momento pelo qual passa o governo, Temer tamb�m reservou parte da agenda da pr�xima segunda-feira para um encontro com o governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin, um dos principais expoentes do PSDB.
A falta de um posicionamento p�blico por parte do vice-presidente, a favor de Dilma, chegou a levar integrantes do Pal�cio do Planalto a "vazar" a informa��o de que em encontro realizado entre os dois, durante o per�odo da manh�, o peemedebista teria se colocado a disposi��o para ajudar na defesa jur�dica contra o impeachment. Tal iniciativa foi negada por pessoas pr�ximas ao vice-presidente.
Segundo relatos, Temer fez apenas uma an�lise pol�tica do momento atual, n�o se adentrando em quest�es jur�dicas, que dever�o ser encampadas pela equipe da presidente. A reuni�o entre Dilma e Temer durou cerca de 20 minutos e foi a primeira ap�s Cunha anunciar que daria prosseguimento ao processo de impeachment.
No encontro com Dilma, o vice-presidente tamb�m aconselhou a petista a n�o entrar em confronto direto com o deputado. Ao negar ter praticado "atos il�citos" em sua gest�o, Dilma ressaltou que recebeu com "indigna��o" a decis�o do deputado. Ela tamb�m negou ter havido qualquer tipo de negocia��o com Cunha na tentativa de evitar o impeachment em troca de poup�-lo no Conselho de �tica, onde responde a processo por quebra de decoro.
Em entrevista realizada ontem, Cunha rebateu Dilma e afirmou que ela "mentiu � Na��o" e que ao contr�rio das declara��es dela, houve negocia��es com integrantes do grupo de deputado mais pr�ximos a ele. "Dilma pediu aprova��o da CPMF em troca de votos do PT no Conselho de �tica", afirmou Cunha.
Elogios
Uma nova investida dos petistas, para tentar constranger Temer a dar declara��es p�blicas em defesa de Dilma, tamb�m foi tomada pelo presidente do PT, Rui Falc�o, no final do dia. Em entrevista coletiva � imprensa, o dirigente fez v�rios elogios ao peemedebista e ressaltou, que soube de terceiros, que Temer teria considerado o processo de impeachment sem "qualquer lastro jur�dico".
Apesar das tentativas de integrantes do governo e da c�pula do PT, o vice deve seguir a estrat�gia de n�o se pronunciar sobre o tema publicamente. "Est� todo mundo em compasso de espera", afirmou o deputado L�cio Vieira Lima (PMDB-BA).