O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta sexta-feira que o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, em tramita��o na C�mara dos Deputados, n�o atrapalha em nada o andamento das vota��es de interesse do governo no Congresso, especialmente as relativas ao ajuste fiscal. "O pedido de impeachment � at� um motivador, para trazer mais transpar�ncia e deixar mais claras as pol�ticas do governo", afirmou. Para Levy, "n�o h� porque ter receio sobre o impeachment".
Segundo o ministro, este � o momento para o governo mostrar por que � governo e para onde quer ir. "� o momento mais importante para deixar claro quais as diretrizes", ressaltou. De acordo com Levy, em uma democracia, a todo momento se reafirmam as cren�as e a vontade de avan�ar. "Daqui pra frente vai ser mais claro o compromisso com a pol�tica do governo, do que se quer fazer", estimou.
Para Levy, a decis�o do presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de dar prosseguimento ao pedido de impedimento da presidente tamb�m n�o deve afetar a avalia��o do Pa�s por parte das ag�ncias de classifica��o de risco. "Uma decis�o das ag�ncias depende da resposta que se d� e do futuro que se quer construir. Elas querem saber qual a proposta e o compromisso do governo com o crescimento e a adequa��o da d�vida ao tamanho do Brasil", afirmou.
Levy reconheceu, no entanto, que a economia brasileira tem sentido os efeitos da crise pol�tica em Bras�lia. "N�o � segredo para ningu�m que a crise pol�tica tem afetado o PIB (Produto Interno Bruto), como se pode ver com o resultado do terceiro trimestre, assim com ao arrecada��o", afirmou, em refer�ncia � queda de 1,7% do PIB no per�odo de julho a setembro na compara��o com o trimestre anterior, conforme informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).
Levy elogiou a atua��o dos parlamentares da base aliada e disse que os representantes do governo na C�mara e no Senado t�m se esfor�ado para garantir a aprova��o de projetos de interesse do Planalto. "O Congresso est� consciente de que a popula��o brasileira espera a aprova��o das medidas importantes do ajuste fiscal", afirmou, ao ser questionado pela reportagem sobre as expectativas quanto �s vota��es do Or�amento de 2016, da Desvincula��o de Receitas da Uni�o (DRU), da volta da Contribui��o Provis�ria sobre Movimenta��o Financeira (CPMF), e Medidas Provis�rias que aumentam impostos sobre grandes fortunas e tratam do aumento de juros sobre capital pr�prio.