Bras�lia – A ex-senadora Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, afirmou ontem que seu partido vai participar da comiss�o especial que vai discutir o impeachment da presidente Dilma Rousseff com total isen��o e autonomia. “O pedido de impeachment n�o � golpe. Est� previsto na Constitui��o”, afirmou. “N�s apoiamos totalmente as investiga��es. Entendemos que a Opera��o Lava-Jato est� desmontando um caso de corrup��o que tem na sua origem os partidos que comp�em o governo: o PT, PMDB e PP.”
Marina acredita, por�m, que ainda n�o h� raz�es suficientes para afastar a presidente no texto acolhido pelo presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “A Rede compreende que � insuficiente. O processo j� est� contaminado pela acusa��o de chantagem por parte do governo, do vice-presidente e pela tentativa de barganha da oposi��o. Ambos queriam blindar o Cunha”, afirmou.
A ex-senadora, que tamb�m foi ministra de Meio Ambiente no governo do ex-presidente Lula, apoia a continuidade das investiga��es no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a legitimidade de toda a chapa governamental. “O que pesa sobre o PT tamb�m pesa sobre o PMDB do vice-presidente Michel Temer. Ambos os partidos possuem representantes condenados, presos ou acusados de corrup��o e desvio de verba p�blica”, destacou. “Esse � o caminho que tira o espa�o da chantagem e da barganha. Os partidos da presidente e do vice est�o envolvidos. N�o podemos achar que a substitui��o de uma cara da mesma moeda � a solu��o para o problema.”
Marina disse que o pa�s est� em estado de insolv�ncia em rela��o �s finan�as p�blicas e citou como exemplo o fato de o governo ter aprovado na quarta-feira a revis�o da meta fiscal no Congresso. A medida permite que o Executivo fa�a um d�ficit de at� R$ 120 bilh�es este ano. Para a ex-senadora, “estamos num po�o sem fundo”. “O presidencialismo de coaliz�o no Brasil virou o presidencialismo da confus�o e da desmoraliza��o.” Sobre a possibilidade de adiamento do recesso parlamentar, a ex-senador afirmou: “Minha posi��o pessoal � que n�o se pode protelar indefinidamente uma coisa com essa complexidade”.
Conselho de �tica
O presidente do Conselho de �tica, Jos� Carlos Ara�jo (PSD-BA), defende que, caso se decida pelo funcionamento da comiss�o para analisar pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff durante o recesso, o colegiado que comanda tamb�m funcione neste per�odo. A reuni�o do conselho que vai votar a admissibilidade do processo contra o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), est� marcada para ter�a-feira. “N�o tem sentido funcionar a comiss�o e o conselho ficar parado. O que n�o pode � andar um e n�o andar o outro. � um caso tamb�m de interesse nacional”, disse Ara�jo.