
Uma manobra do presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e da ala do PMDB contr�ria ao governo adiou para o in�cio da tarde desta ter�a-feira a forma��o da comiss�o especial que analisar� o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O adiamento dever� comprometer a realiza��o da sess�o do Conselho de �tica, prevista para as 14h de hoje, para debater o parecer favor�vel � cassa��o do mandato de Cunha por quebra de decoro parlamentar. A manobra � resultado do racha do PMDB, j� que a ala oposicionista do partido que montar uma chapa alternativa para disputar as oito vagas destinadas � legenda na comiss�o do impeachment.
Coube ao l�der do PMDB na C�mara, Leonardo Picciani (RJ), a escolha dos representantes de seu partido. At� o in�cio da noite dessa segunda-feira (7), haviam sido definidos cinco nomes que tendem a votar a favor de Dilma: o dele pr�prio, Hildo Rocha (MA), Jo�o Arruda (PR), Jos� Priante Junior (PA) e Washington Reis (RJ). A escolha desagradou a parte do PMDB, porque todos seriam classificados como “moderados”. A legenda que abriga o vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer, est� dividida em tr�s alas em torno do impeachment. H� quem defenda o governo de forma “incondicional”, uma ala “mais ou menos neutra” e outra que faz oposi��o ao Planalto.
O movimento ganhou a ades�o de alguns dos principais partidos da oposi��o, como PSDB, DEM e SD, que retiraram os nomes j� apresentados e avisaram que indicar�o representantes apenas para a chapa avulsa articulada pelo PMDB. O PPS, PSC, PSB e PHS tamb�m dever�o indicar filiados para o grupo alternativo. Os articuladores passaram a tarde dessa segunda-feira em busca de partidos para compor a chapa, j� que juntos eles s� podem apresentar 26 nomes, enquanto s�o necess�rios no m�nimo 33 para validar a chapa. “Se uma das chapas ganhar, ter� uma elei��o suplementar para complementar o resto dos membros que est�o faltando”, afirmou o presidente nacional do SD, Paulinho da For�a (SP). O regimento interno da C�mara determina que a comiss�o do impeachment deve ter 65 integrantes.
O PSDB j� havia anunciado para o grupo o l�der da legenda Carlos Sampaio (SP) e da minoria, Bruno Ara�jo (PE). Os outros quatro representantes a que tem direito seriam revelados �s 18h, at� ent�o o prazo concedido para as indica��es. O DEM chegou a indicar o l�der Mendon�a Filho (PE) e Pauderney Avelino (AM). O SD havia optado pelos nomes de Paulinho e Arthur Maia (BA). Os demais partidos que agora podem migrar para a chapa alternativa tamb�m chegaram a indicar filiados para suas vagas.
O PSB definiu a participa��o de Fernando Coelho Filho (PE), Danilo Forte (CE), Tadeu Alencar (PE) e Bebeto (BA). Na bancada de 34 deputados, a tend�ncia dos socialistas � votar pelo impeachment de Dilma, mas uma decis�o sobre o assunto seria dada nesta quarta-feira (9), durante reuni�o da Executiva em Bras�lia. No primeiro mandato da petista, o PSB chegou a integrar o governo federal. O PPS indicou Alex Manente (SP), o PSC o Pastor Marco Feliciano (SP) e Eduardo Bolsonaro (SP) e o PHS ainda n�o havia formalizado nenhum representante.
CONTAMINADO O adiamento da indica��o da comiss�o especial foi defendido por Eduardo Cunha e aprovado em reuni�o do col�gio de l�deres no fim da tarde. Em rep�dio � manobra, o l�der do PT, Sib� Machado (AC), deixou o encontro. Segundo ele, o processo come�a contaminado. “Isso arrebenta qualquer rela��o, n�o � razo�vel dentro do campo democr�tico. Ele est� mudando os prazos e permitindo a forma��o de chapa alternativa, isso pode fomentar a briga interna nas bancadas. Discordo disso e n�o vou assistir e assinar isso”, afirmou o petista, ao sair da reuni�o.
“Isso contamina o processo. Vou discutir e ver o que fazer. Est�o fazendo isso para criar problema. Temos que conversar tudo de novo. Temos uma guerra e vamos para ela de qualquer jeito. Mas n�o vou concordar com isso”, completou. Mais cedo o PT havia anunciado os oito nomes para compor a comiss�o, segundo Sib�, “petistas com desenvoltura em diferentes �reas”. O PT havia afirmado ainda n�o fazer quest�o de ocupar a presid�ncia ou a relatoria da comiss�o, mas desde que os cargos fossem entregues a partidos da base aliada. (Com ag�ncias)