Durante conversa na noite de quarta-feira (9) com a presidente Dilma Rousseff, o vice tamb�m pediu que a petista n�o interferisse na disputa interna da bancada, pois isso poderia aumentar a press�o para convoca��o antecipada da conven��o nacional da sigla, que � presidida por Temer.
"O vice-presidente Temer j� fechou o cerco e determinou que qualquer deputado que se filiar ao partido vai ter que passar pela aprova��o da Executiva Nacional", afirmou o deputado Leonardo Quint�o (PMDB-MG).
O novo l�der do PMDB disse que est� acompanhando de perto a movimenta��o de Picciani para tentar conseguir maioria e voltar a ser l�der do partido novamente. "J� fritei o peixe, agora estou vigiando o gato", disse o parlamentar.
Picciani foi destitu�do do cargo anteontem, ap�s um grupo de deputados do PMDB protocolar uma lista com 35 assinaturas pedindo a indica��o de Quint�o para a lideran�a. O movimento, avalizado por Temer, come�ou na �ltima segunda-feira, ap�s Picciani se recusar a indicar peemedebistas pr�-impeachment para ajudar a compor as oito vagas a que o partido ter� direito na Comiss�o Especial sobre o impedimento de Dilma.
Nesta quinta-feira, o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse ter a informa��o de que pelo menos 15 diret�rios estaduais da legenda querem antecipar a convoca��o da conven��o. Ou seja, mais da metade dos 27 existentes. Caso a articula��o ganhe for�a, o desembarque do PMDB do governo pode ocorrer mais cedo do que espera o Planalto.
Cunha afirmou que o agravamento da crise pol�tica est� provocando um movimento pela convoca��o extraordin�ria da conven��o. "Est� muita confus�o dentro do PMDB. Certamente o PMDB vai querer discutir se continua ou n�o apoiando o governo", disse. Para ele, a legenda est� "em ebuli��o" e o partido rachado. O peemedebista afirmou que a convoca��o da conven��o se d� ou pela Executiva Nacional ou por um ter�o dos diret�rios regionais.
O presidente da C�mara condenou a movimenta��o da bancada do PMDB do Rio e do Planalto para fazer com que deputados licenciados reassumam o mandato ou para que parlamentares de outras siglas mudem para o PMDB, para restituir Picciani � lideran�a da legenda na Casa.
Contraponto
Para se contrapor � ala do PMDB mais favor�vel ao impeachment, o governo aposta no presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Em jantar oferecido pelo l�der do PMDB, senador Eun�cio Oliveira (CE), na noite de anteontem, Renan defendeu a perman�ncia de Dilma no cargo. Em conversas reservadas, ele reconheceu o momento de “fragilidade" por que passa a presidente. Mas n�o deu mostras de apoiar, ao menos por ora, a assun��o de Temer ao Pal�cio do Planalto. "Melhor segurar ela", disse ele, segundo relato obtido pela reportagem.
Desafetos hist�ricos no partido, Temer e Renan sempre disputaram espa�o na c�pula do PMDB. Em uma das conversas, pr�ximo ao fim do encontro que terminou na madrugada de ontem, o presidente do Senado chegou a mencionar, em tom de reprova��o, a proximidade entre Temer e Cunha, respons�vel por admitir a abertura do impeachment na semana passada e que ontem conseguiu, pela s�tima vez, conseguiu adiar a abertura do processo de que pode lev�-lo a ter o mandato cassado.