
S�o Paulo - Movimentos sociais e partidos pol�ticos ligados �s frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo promovem nesta quarta-feira, em 22 cidades, uma s�rie de atos contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Al�m disso, os manifestantes v�o pedir o afastamento do presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alvo da Opera��o Lava-Jato e de um processo no Conselho de �tica da Casa, al�m de mudan�as na pol�tica econ�mica do governo federal.
"N�o ser� um ato chapa branca", disse Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares (CMP).
O maior evento ser� em S�o Paulo, onde a concentra��o come�a �s 17h no v�o livre do Masp. Os organizadores evitam fazer previs�es de p�blico, mas t�m como meta bater os 30 mil que foram � Avenida Paulista no domingo pedir o afastamento de Dilma.
"Para os defensores do impeachment, a mobiliza��o n�o � fundamental, serve s� para dar um ar de apoio popular. Para a gente � o contr�rio", disse o coordenador da CMP.
Entre os principais grupos engajados na manifesta��o est�o a Central �nica dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Sem Terra (MST), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Intersindical e partidos pol�ticos como PT, PC do B, PDT, PCR e PCO.
O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, que na semana passada chegou a dizer que estava � disposi��o para as manifesta��es em defesa do mandato de Dilma, n�o deve participar.
Os presidentes nacional e estadual do PT, Rui Falc�o e Emidio de Souza, chegaram a sondar os organizadores sobre a presen�a de Lula, mas diante da possibilidade de que alguns deles fossem contrariados, abandonaram a ideia. Lula chegou a cogitar participar de um ato da Juventude do PT � noite, em Bras�lia, mas tamb�m desistiu.
A defesa do mandato de Dilma rachou a Frente Povo Sem Medo, criada para agrupar movimentos contr�rios � participa��o de partidos pol�ticos em seus atos. Movimentos ligados ao PSOL, como o Juntos, se recusaram a participar do ato. Guilherme Boulos, coordenador do MTST, tentou minimizar a diverg�ncia. "N�o h� nenhum tipo de racha. O que houve � que alguns movimentos sociais n�o v�o participar do ato, fizeram a op��o de n�o participar do ato. Mas isso n�o significa nenhum racha na frente Povo sem Medo ou na esquerda", disse.
Boulos, tamb�m bateu na tecla de que o ato n�o � a favor do governo. "Temos feito uma demarca��o muito clara de que o fato de sermos contra o impeachment n�o quer dizer que � um ato de defesa deste governo, muito menos da pol�tica que este governo tem implementado, o que no nosso ponto de vista � indefens�vel. N�o d� para dar um cheque em branco para Dilma depois deste ajuste fiscal." Amanh�, os movimentos ser�o recebidos por Dilma em Bras�lia. Na pauta, mais apelos por mudan�as na pol�tica econ�mica.
Em S�o Paulo a manifesta��o seguir� at� a Pra�a da Rep�blica, onde ser� lido um manifesto. "N�o h� nenhuma comprova��o de crime por parte de Dilma, e o impeachment sem base jur�dica, motivado pelas raz�es oportunistas e revanchistas de (Eduardo) Cunha � golpe (...) Ao mesmo tempo, entendemos que ser contra o impeachment n�o significa necessariamente defender as pol�ticas adotadas pelo governo", diz o texto.
Antes, �s 15h, um grupo de juristas contr�rios ao impeachment faz um ato em defesa da legalidade na Faculdade de Direito da USP, no Largo S�o Francisco.