Ex-chefe do DOI-Codi � denunciado por homic�dio

O Minist�rio P�blico Federal denunciou o ex-chefe do DOI-Codi (Destacamento de Opera��es Internas Audir Santos Maciel por homic�dio duplamente qualificado e oculta��o do cad�ver do militante pol�tico Jos� Montenegro de Lima h� 40 anos. A v�tima, conhecida como Magr�o, foi assassinada em 29 de setembro de 1975 com uma inje��o destinada ao sacrif�cio de cavalos.

O corpo do militante foi atirado nas �guas do Rio Novo, em Avar�, interior de S�o Paulo, e nunca foi encontrado, segundo a den�ncia. O DOI-Codi, atrelado � estrutura do antigo II Ex�rcito, em S�o Paulo, ficou c�lebre como o n�cleo de torturas da repress�o.

Jos� Montenegro de Lima era membro do Comit� Central do Partido Comunista do Brasil (PCB). � �poca do crime, ele havia recebido do partido US$ 60 mil para montar uma estrutura de produ��o alternativa do jornal Voz Oper�ria, ve�culo oficial da legenda, visto que as gr�ficas do peri�dico no Rio e em S�o Paulo haviam sido desmanteladas pelos �rg�os de repress�o, segundo o Minist�rio P�blico Federal.

A Procuradoria afirma que "por terem sido cometidos em contexto de ataque sistem�tico e generalizado � popula��o, em raz�o da ditadura militar brasileira, os delitos denunciados s�o qualificados como crimes contra a humanidade, sendo portanto, imprescrit�veis e impass�veis de anistia".

Depoimentos colhidos pelo MPF revelam que, para al�m da motiva��o pol�tica, a morte do militante teve "incentivo financeiro". Segundo o ex-agente do regime militar Marival Chaves Dias do Canto, o DOI-Codi soube da quantia entregue a Jos� Montenegro de Lima. "Por isso, uma equipe o prendeu e o matou para posteriormente ir � sua casa pegar o dinheiro. Os US$ 60 mil foram rateados entre a c�pula do Destacamento", acusa a Procuradoria.

A pena prevista de Audir varia entre 12 e 30 anos de reclus�o. A defesa do ex-chefe do DOI-Codi n�o foi localizada.