O desembargador Paulo Dimas de Bellis Mascaretti, que nesta segunda-feira, 4, tomou posse em sess�o administrativa da presid�ncia do Tribunal de Justi�a de S�o Paulo, disse que no Pa�s n�o h� s� mensal�o ou Lava Jato. "Temos que entender que o Brasil n�o � um Pa�s apenas de um processo do mensal�o ou dos processos da Opera��o Lava Jato. N�s temos milhares e milhares de processos de grande repercuss�o social que tramitam na nossa Justi�a estadual e que tem, com certeza, import�ncia para cada cidad�o envolvido em lit�gios", afirmou, em alus�o aos dois esc�ndalos de corrup��o e desvios que marcaram os governos Lula e Dilma.
"N�s estamos comprometidos com o combate � corrup��o e a toda e qualquer atua��o criminosa. N�o podemos dizer que a corrup��o � mais importante que os atentados contra a vida e contra o patrim�nio das pessoas. Um trabalho muitas vezes desconhecido", declarou o desembargador para uma plateia formada de magistrados advogados, procuradores de Justi�a e secret�rios de Estado que lotaram o �rg�o Especial do TJ.
Aos 60 anos de idade, 33 na magistratura - antes, quatro anos como promotor de Justi�a -, Mascaretti disse que "continua sonhando com um Judici�rio forte, um Judici�rio independente, respeitado e acreditado pela sociedade que serve". "N�s precisamos acreditar nos nossos sonhos", pregou o novo presidente do maior e mais importante tribunal estadual do Pa�s, com quase 50 mil servidores, 2,3 mil ju�zes, 356 desembargadores e um or�amento de R$ 10 bilh�es para 2016.
"O juiz, normalmente, � um sonhador. Eu tenho visto ao longo da carreira colegas comprometidos, compromissados com a causa da Justi�a, colegas que dispensam qualquer elogio porque foram talhados para vestir a toga, eles honram a nossa toga, e d�o exemplos a cada dia. Eu tenho dito que n�o podemos abandonar os nossos sonhos e, justamente por sonharmos, n�s temos que ter esperan�a e perseveran�a", anotou Mascaretti.
O desembargador reconhece obst�culos na trilha para a Justi�a que idealiza. "Todos dizem que teremos momentos de grandes dificuldades, mas esse quadro n�s vamos vencer com comprometimento, com coragem, com amor � Justi�a, jamais abandonando o nosso sonho de ver esse Judici�rio independente, com autonomia financeira, um Judici�rio que vai atender os anseios da nossa popula��o. O ingrediente principal para que a gente possa realizar um grande trabalho n�s temos, s�o os nossos magistrados e os nossos servidores. Temos pessoas comprometidas, pessoas de valor, de ideal, que n�o medem esfor�os para justamente atender os reclamos, os anseios por Justi�a."
Admitiu lentid�o na rotina forense, mas ressaltou que o Poder que governar� por dois anos "n�o vive uma crise �tica". "Sabemos da morosidade e das dificuldades que temos em termos de estrutura, mas se h� uma crise de recursos financeiros n�s n�o temos crise de recursos humanos, n�o temos uma crise �tica, n�o temos uma crise moral dentro do nosso Judici�rio que � composto por pessoas que honram a toga, por funcion�rios dedicados, comprometidos, por uma grande equipe de trabalho. N�o vai faltar comprometimento e, principalmente, n�o vai faltar coragem. N�s continuaremos sonhando com um Judici�rio melhor."
Depois da posse, ao ser indagado sobre o motivo de ter citado mensal�o e Lava Jato em seu pronunciamento, o novo presidente do Tribunal de Justi�a de S�o Paulo declarou: "Todos os processos s�o importantes. Nos casos mais singelos temos que julgar pelo conte�do, n�o podemos julgar pela capa e dar uma solu��o justa para o processo."