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Estado de Minas

Alexandre Padilha ia ficar com uma parte do laborat�rio da Lava-Jato, diz delator


postado em 05/01/2016 15:50

O ex-ministro da Sa�de Alexandre Padilha (governo Dilma Rousseff) iria ficar com uma parte do laborat�rio Labogen, usado pelo doleiro Alberto Youssef para tentar fraudar contratos milion�rios da pasta em 2013. A informa��o foi dada pelo entregador de dinheiro de Youssef, Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Cear�, em dela��o premiada � Procuradoria-Geral da Rep�blica.

Ele disse ter ouvido do doleiro que o laborat�rio seria fatiado em quatro partes, uma delas assumida por Padilha, ent�o ministro da Sa�de, em parceria com o ent�o vice-l�der do PT na C�mara Andr� Vargas, preso e condenado na Opera��o Lava-Jato.

Padilha exerce atualmente o cargo de secret�rio municipal de Rela��es Governamentais da administra��o Fernando Haddad (PT), em S�o Paulo. Ele nega categoricamente que fosse assumir o controle de uma cota do laborat�rio.

O delator afirmou que o laborat�rio seria dividido entre quatro controladores. Ele citou como benefici�rios da partilha dos ativos da Labogen, al�m do ex-deputado Andr� Vargas, o empres�rio Pedro Paulo Leoni Ramos, ex-ministro do governo Fernando Collor (1990/1992), e o doleiro Leonardo Meirelles, suposto laranja de Youssef.

"A Labogen seria dividida em quatro partes; uma das partes era de Leonardo Meirelles; a segunda parte era de Alberto Youssef, baseada no d�bito que Leonardo Meirelles tinha para com ele; a terceira parte era do ent�o ministro da Sa�de Alexandre Padilha e de Andr� Vargas; a quarta parte era do fundo de investimentos administrado por Pedro Paulo Leoni Ramos; o aporte de dinheiro na Labogen para fabricar os medicamentos a serem fornecidos ao Minist�rio da Sa�de foi feita por meio do fundo de investimentos administrado por Pedro Paulo Leoni Ramos", disse Cear� no seu depoimento.

A Labogen era uma das empresas usadas por Youssef para remeter dinheiro de forma fraudulenta para o exterior via celebra��o de contratos de c�mbio para importa��es fict�cias, segundo a for�a-tarefa da Lava Jato. O laborat�rio e o nome de Padilha j� haviam sido citados no depoimento de Youssef. Segundo o doleiro, o ex-deputado Andr� Vargas teria feito lobby junto ao ministro Padilha para que a Labogen firmasse contratos milion�rios com o Minist�rio da Sa�de.

O delator Cear� fez dezenove depoimentos, entre 29 de junho e 2 de julho de 2015, na Procuradoria-Geral da Rep�blica. Em um deles, o Termo de Colabora��o n�mero 7, o delator relata a negocia��o para aquisi��o da Labogen. Segundo ele, Youssef disse que pretendia "viabilizar" a empresa de medicamentos para "receber uma d�vida" e "ainda obter lucro".

A Labogen era uma ind�stria qu�mica em situa��o financeira ca�tica, quando o doleiro decidiu assumir o neg�cio e "revitalizar" a empresa para se infiltrar no Minist�rio da Sa�de segundo a Pol�cia Federal.

Cear� disse ainda recordar que a Labogen tinha contrato com o Minist�rio da Sa�de, mas n�o soube precisar o valor, se era de R$ 64 milh�es ou R$ 164 milh�es - desde que a PF identificou os movimentos de Youssef na �rea, em 2014, o Minist�rio da Sa�de tem reiterado que n�o chegou a assinar contrato com a Labogen.

Em seu depoimento, Cear� relatou que em 2014 recebeu de Youssef a ordem de ir com ele buscar "um amigo" no aeroporto de Congonhas, em S�o Paulo, e que este amigo era "l�der do PT, muito influente e com acesso � presidente Dilma Rousseff".

Ao entrar no carro, depois de ouvir de Youssef que Cear� era seu homem de confian�a, Andr� Vargas teria dito que "est� tudo marcado, tudo certo com o ministro". Cear� afirmou � Procuradoria que, em um momento posterior, Youssef lhe disse que o ministro ao qual Vargas se referia era o ent�o titular da Sa�de, Alexandre Padilha.

Defesa

"� absurda e irrespons�vel qualquer tentativa, por meio de um vazamento seletivo baseado no 'ouvi dizer', de mais uma vez tentar vincular o nome do ex-ministro da Sa�de ao referido laborat�rio mesmo ap�s quase dois anos de conclus�o de uma sindic�ncia feita pelo Minist�rio da Sa�de, de uma apura��o conclu�da pela Controladoria-Geral da Uni�o (CGU) e de uma investiga��o da Pol�cia Federal (PF) n�o terem encontrado nenhum v�nculo do ex-titular da Pasta com irregularidades e se quer o mesmo ter sido arrolado em qualquer investiga��o", afirma a assessoria de Padilha por meio de nota.

"Cabe ressaltar que em nenhum momento o ex-ministro esteve sob investiga��o da Opera��o Lava Jato", continua o texto, ressaltando que Padilha "sempre defendeu e contribuiu para a apura��o total de qualquer irregularidade pelos �rg�os respons�veis". O ministro, segundo a nota, "tamb�m defende a apura��o dos vazamentos seletivos cuja motiva��o deve ser investigada, pois certamente esse tipo de expediente n�o pode ser confundido com transpar�ncia nem corre��o � investiga��o em curso".


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