S�o Paulo - A decis�o do governo de adiar para mar�o o an�ncio do corte no Or�amento fez com que piorasse a percep��o de risco do mercado financeiro com a economia brasileira. No mercado financeiro e entre os analistas, o corte no Or�amento � considerado fundamental para sinalizar se a equipe econ�mica vai conseguir cumprir a promessa de entregar este ano o super�vit prim�rio (a economia para pagamento dos juros da d�vida) prometido, de 0,5% do PIB.
O an�ncio do adiamento foi um dos componentes que provocaram a queda da Bovespa na quinta-feira, 11, junto com a deteriora��o no mercado internacional. A bolsa paulista fechou em queda de 2,62%. O d�lar, por sua vez, fechou em alta de 1,43%.
Um contingenciamento estimado entre R$ 23 bilh�es e R$ 30 bilh�es, de acordo com a Tend�ncias, ainda faria com que o governo tivesse um d�ficit prim�rio de 0,7% do PIB a 0,8% do PIB. "A situa��o � dram�tica. O governo n�o tem meios no curto prazo para fazer com que a despesa caia tanto quanto a receita", afirma Klein. "Na maioria das vezes, o gasto est� enrijecido e comprometido", diz.
D�vida em alta
A dificuldade em entregar um super�vit prim�rio razo�vel dever� levar a um novo aumento da d�vida p�blica em rela��o ao PIB. Nas contas da MB Associados, a d�vida bruta dever� chegar a 75% do PIB este ano - encerrou 2015 em 66,2% do PIB. Se o governo realmente quisesse estabilizar a d�vida, o super�vit prim�rio teria de ser de 4,8% do PIB.
"Poderia eventualmente ser (um super�vit) menor se o governo sinalizasse um ajuste forte que permitisse uma queda mais r�pida dos juros e a possibilidade de crescimento econ�mico no momento seguinte", afirma Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados. "Mas estamos longe desse cen�rio. O esfor�o fiscal necess�rio hoje est� al�m do que foi feito em 99 e 2003 (anos de ajuste) e n�o parece haver disposi��o nem for�a pol�tica por parte do governo para tocar seriamente no problema", afirma.
Por ora, a proje��o da MB Associados � a de que a economia brasileira vai encerar o ano com um d�ficit prim�rio de 1%. "H� chance de aumentarmos essa proje��o para n�meros pr�ximos de 1,5% do PIB", afirma Vale.
No ano passado, o governo previa inicialmente um super�vit prim�rio de 1,1% do PIB, mas, com a deteriora��o do cen�rio, o n�mero foi mudado, em julho, para apenas 0,15% do PIB. Mas nem isso foi poss�vel entregar. No final do ano, foi registrado um d�ficit prim�rio de R$ 120 bilh�es, ou cerca de 2% do PIB.
