Ju�za pede calma para decidir pris�o de Lula

Paulo Silva Pinto
Enviado Especial

S�o Paulo — A decis�o mais aguardada pelo pa�s atualmente est� nas m�os de uma mulher. � ju�za Maria Veiga Oliveira, da 4ª Vara Criminal de S�o Paulo, cabe resolver se o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva ser� encarcerado ou n�o. � esperada uma resposta na pr�xima semana — a data ainda � um mist�rio.

O Minist�rio P�blico de S�o Paulo pediu a pris�o preventiva do ex-presidente ao apresentar a den�ncia por fraudes na Bancoop, cooperativa falida de banc�rios de S�o Paulo. Para os promotores do caso, Lula deve ser tirado das ruas por preju�zo � ordem p�blica e por debochar do MP e do Judici�rio. Ontem, ela determinou a manuten��o do segredo de Justi�a do processo. Ressaltou, em despacho, que “se trata de processo de elevada repercuss�o social, em que h� acusa��es contra ex-presidente da Rep�blica e requerimento de medidas cautelares s�rias”, refer�ncia ao pedido de pris�o de Lula. A ju�za escreveu tamb�m que ser� “necess�ria a detida aprecia��o do todo o material apresentado, o que demandar� algum tempo”.

Os promotores C�ssio Conserino, Jos� Carlos Blat e Fernando Henrique Ara�jo entregaram na quarta-feira den�ncia contra Lula por lavagem de dinheiro e por falsidade ideol�gica, o que pode resultar em penas combinadas de quatro a 13 anos de cadeia. A mulher de Lula, Marisa Let�cia, e um dos filhos do casal, F�bio Lu�s, tamb�m foram denunciados por lavagem de dinheiro. Outras 13 pessoas s�o arroladas na den�ncia, incluindo o ex-tesoureiro do PT Jo�o Vaccari Neto, preso em Curitiba.

Apoio no exterior O pedido de pris�o de Lula causou como��o internacional. Uma declara��o em sua defesa foi assinada pelo ex-secret�rio-geral da Organiza��o dos Estados Americanos (OEA) Juan Manuel Insulza e por 14 ex-chefes de Estado ou de governo, incluindo os ex-presidentes da Argentina Cristina Kirchner e Eduardo Duhalde; o chileno Ricardo Lagos; o uruguaio Jos� Mujica; o paraguaio Fernando Lugo; e o ex-primeiro-ministro espanhol Felipe Gonzales. No texto, eles afirmam que “Lula n�o se considera nem est� acima da lei. Mas tampouco pode ser objeto de injustificados ataques � sua integridade pessoal”.

Causou mal-estar ontem entre integrantes do Minist�rio P�blico em v�rios locais do pa�s o pedido de pris�o, que consideram infundados. Blat comentou que os cr�ticos “s�o juristas que n�o conhecem os autos”.