Organizada pela Frente Brasil Popular, a manifesta��o contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff come�ou durante a tarde e percorreu as ruas do centro da capital cearense at� chegar � Pra�a do Ferreira no come�o da noite desta sexta-feira. Conhecida como o "cora��o da cidade" e por outros como a "cara da cidade", a pra�a tamb�m fica na �rea central de Fortaleza.
Emocionado, o engenheiro Marcelo Campos, de 59 anos, que foi sozinho � manifesta��o, destacou o fato de ser brasileiro e ter esperan�a. Para Campos, as coisas v�o mudar e n�o vai haver golpe. O engenheiro disse que a composi��o do Congresso Nacional eleito em 2014 foi um ind�cio de que algo poderia acontecer em preju�zo do governo e que esse quadro s� se reverter� se houver mobiliza��o. "Quanto mais gente na rua, melhor."
O Movimento Juristas pela Legalidade e pela Democracia posicionou-se na manifesta��o contra a decis�o da Seccional do Cear� da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de apoiar o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. A entidade tamb�m criticou a divulga��o de �udios envolvendo advogados de pessoas investigadas na Lava-Jato pelo juiz S�rgio Moro, respons�vel pelos inqu�ritos resultantes da opera��o em primeira inst�ncia.
"Enquanto h� apoio ao impeachment de uma presidente baseado somente em ind�cios, advogados t�m seu sigilo telef�nico quebrado sob a justificativa de se fazer justi�a. N�o se faz justi�a quebrando as regras do estado democr�tico de direito", afirmou o advogado �caro Gaspar, integrante do movimento.
Muitos manifestantes vestiam vermelho e carregavam bandeiras da mesma cor, al�m de faixas com frases de rep�dio � tentativa de retirar Dilma do poder. Outras pessoas levaram a bandeira nacional e pintaram o rosto com listras verdes e amarelas. Na caminhada pelas ruas do centro, um dos principais corredores comerciais de Fortaleza, lojistas foram at� a cal�ada para acompanhar a manifesta��o.
Cr�ticas � imprensa
Nos carros de som, os discursos falavam em manipula��o e distor��o de informa��es por setores da imprensa para prejudicar o PT e beneficiar atores que apoiam a sa�da do partido do governo federal. O professor Ronaldo Salgado, do Curso de Comunica��o da Universidade Federal do Cear� (UFC), concorda com essa afirma��o. Ele disse que h� empresas de comunica��o que contribuem para acirrar um clima de disputa.
"N�o adianta continuarmos em um regime democr�tico tendo monop�lios e oligop�lios de comunica��o, que deturpam tudo o que est� no notici�rio e que envolve principalmente a figura pol�tica do Partido dos Trabalhadores. H� uma teia de fatores, e � importante que a sociedade procure compreender para participar, gritar, resistir e dizer n�o ao golpe autorit�rio que est� sendo orquestrado por partes do Judici�rio, do empresariado e dos meios de comunica��o, o que nos causa indigna��o e revolta", afirmou Salgado.
Antes de os manifestantes chegarem � Pra�a do Ferreira, a Pol�cia Militar estimou entre 5 mil e 6 mil o n�mero de participantes, mas, at� o momento n�o divulgou o balan�o final.