Bras�lia – O receio de que os atos contr�rios ao impeachment organizados na Avenida Paulista, em S�o Paulo, pudessem transbordar em viol�ncia, especialmente por contar com a presen�a do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, foi recha�ado pela pr�pria estrela das manifesta��es. Em um discurso de pouco mais de meia hora, Lula, que chegou ao ato por volta das 19h, disse que “foi s� entrar no governo” que voltou a ser o “Lulinha paz e amor”. E completou: “N�o acho que quem n�o gosta de n�s � menos brasileiro. Eu quero que a gente aprenda a conviver de forma civilizada com nossas diferen�as. A democracia � a conviv�ncia da diversidade”.
Diferentemente do discurso contra a Opera��o Lava-Jato revelado pelas escutas telef�nicas, Lula n�o fez qualquer ataque ao Judici�rio ou �s intercepta��es que elevaram o tom da crise a decib�is insuport�veis. Disse que aceitou ser ministro da Casa Civil para ajudar Dilma Rousseff a governar. “Eu entrei para ajudar a presidente Dilma porque acho que a gente tem que reestabelecer a paz para provar que este pa�s � maior que qualquer crise no planeta Terra, que vai crescer e sobreviver”, afirmou. Falou, em diversos momentos, que “n�o vai ter golpe” e que democracia � “acabar o governo dado pelo voto da maioria do povo brasileiro”, completou.
O petista disse que a manifesta��o na Avenida Paulista � uma demonstra��o da capacidade de mobiliza��o do povo brasileiro. E exaltou o fato de os protestos terem transcorrido em clima de tranquilidade. “Achei muito engra�ado que v�rios setores disseram que n�s �ramos violentos. Tem gente que prega viol�ncia contra n�s 24 horas por dia”, reclamou. O ex-presidente lembrou que perdeu as elei��es de 1989, 1994, 1998 para presidente e em 1982, para o governo de S�o Paulo. “Nunca fui para a rua protestar contra quem ganhou. Eles acreditaram que iam ganhar. Quando Dilma ganhou, eles n�o aceitaram o resultado e tem 1 ano e 3 meses que est�o atrapalhando a presidente Dilma de governar esse pa�s.”
E completou: “Temos de recuperar a alegria de ser brasileiro e n�o antecipar as elei��es tentando dar um golpe em Dilma. Lutamos para recuperar a democracia e derrotar a ditadura. N�o vamos aceitar um golpe nesse pa�s”. Ele tamb�m pediu aos presentes na Avenida Paulista para levantar a m�o que ele tiraria uma foto para, na ter�a-feira, mostrar a Dilma que “S�o Paulo n�o tem s� not�cia negativa e que n�o vai ter golpe”.
Tropa de choque Pela manh�, a tropa de choque da Pol�cia Militar teve de expulsar manifestantes que estavam na Avenida Paulista h� 40 horas protestando contra o governo da presidente Dilma Rousseff. A corpora��o negociou a sa�da deles, mas os pr�-impeachment, que estavam acampados em frente � sede da Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (Fiesp), se recusaram a deixar o local. A Tropa de Choque passou a usar jatos de �gua e bombas de efeito moral para dispersar a multid�o. Os manifestantes tamb�m picharam trechos da ciclovia da Avenida Paulista com frases contra o governo, Lula e Dilma.
No domingo, quando manifestantes pr�-impeachment ocuparam a Paulista, a Secretaria de Seguran�a P�blica de S�o Paulo proibiu a presen�a de simpatizantes do governo, para evitar confrontos. A mesma exig�ncia foi feita agora, j� que o ato pr�-governo havia sido marcado antes da ocupa��o da avenida por opositores do Planalto. S�mbolo da gest�o do petista Fernando Haddad na Prefeitura de S�o Paulo, as ciclovias acabaram alvo de protestos.
A via foi pichada em dois trechos pr�ximos � esta��o de metr� Trianon-Masp e ao pr�dio da Fiesp, local de maior concentra��o dos manifestantes contra Lula e Dilma. Em um ponto da ciclovia, foi escrito com tinta branca: “Fora Lula”. Metros depois, um segundo trecho foi pichado com a frase: “A ciclovia mais cara do mundo”. A via para ciclistas foi inaugurada no dia 28 de junho de 2015. Horas antes da sua libera��o, um trecho chegou a ser manchado com tinta azul. A Prefeitura de S�o Paulo informou que vai repintar a ciclovia, mas n�o deu previs�o de data ou custo.