“N�o podemos permitir que as paix�es das ruas encontrem guarida entre as nossas hostes. Somos Minist�rio P�blico. A sociedade favoreceu-nos, na Constitui��o, com as prerrogativas necess�rias para nos mantermos alheios aos interesses da pol�tica partid�ria e at� para a defendermos de seus desatinos em certas ocasi�es. Se n�o compreendermos isso, estaremos n�o s� insuflando os sentimentos desordenados que fermentam as paix�es do povo, como tamb�m traindo a nossa miss�o”, escreveu.
Janot � respons�vel pela investiga��o e acusa��o de pol�ticos com foro privilegiado envolvidos na Opera��o Lava Jato. Com mais de 32 investiga��es abertas perante o Supremo Tribunal Federal, seis den�ncias oferecidas e uma a��o penal aberta, Janot j� foi alvo de cr�ticas e se tornou desafeto do presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “O Minist�rio P�blico n�o tem ideologia nem partido”, escreveu Janot na carta. No texto, o procurador-geral pede que o MP combata a corrup��o “doa a quem doer”, mas com preserva��o das institui��es do pa�s.
Enquanto isso...
...ONU v� riscos de radicaliza��o
O Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU se manifestou pela primeira vez desde o acirramento da crise pol�tica e demonstrou preocupa��o com “um c�rculo vicioso” que afete “a credibilidade tanto do Executivo quanto do Judici�rio”. Em um apelo tanto aos atuais ocupantes do governo federal como aos demais partidos pol�ticos, a Organiza��o das Na��es Unidas disse esperar que os agentes p�blicos brasileiros “cooperem totalmente” com as autoridades judici�rias nas investiga��es sobre ‘suposta corrup��o de alto n�vel, para evitar quaisquer a��es que possam ser vistas como um meio de obstruir a Justi�a”, mas lembrou que o Judici�rio deve atuar com “escr�pulos, dentro das regras do direito dom�stico e internacional, evitando adotar posi��es pol�tico-partid�rias.” Nesse in�dito posicionamento da organiza��o sobre a crise pol�tica brasileira, a entidade faz cobran�as a todos os agentes protagonistas da atual situa��o ao se dizer “preocupada com os debates cada vez mais politizados e acalorados” registrados nas �ltimas semanas no pa�s.