
O principal foco das investidas palacianas � o PMDB, que det�m a maior bancada nas duas Casas e tem ensaiado o desembarque do governo. O afastamento por parte dos peemedebistas � considerado como "tiro de miseric�rdia" no governo, uma vez que tamb�m dever� servir de fio condutor para outros partidos da base aliada tomarem o mesmo rumo.
A estrat�gia � atrair os ministros da legenda para pr�ximo do governo com o objetivo de demonstrar que uma poss�vel decis�o pela debandada do PMDB at� pode ser aprovada, mas n�o ser� un�nime e tamb�m poder� vir a n�o ser cumprida pelos correligion�rios.
Na quinta-feira, ela deu os primeiros recados do plano. "N�s queremos muito que o PMDB permane�a no governo. Tenho certeza de que meus ministros t�m compromisso com o governo. Vamos ver quais ser�o as decis�es do PMDB e respeitaremos tal decis�o", afirmou a petista.
Pouco depois, os ministros do PMDB Marcelo Castro (Sa�de) e Celso Pansera (Ci�ncia e Tecnologia) engrossaram o coro contra um poss�vel desembarque, previsto para ser discutido na pr�xima ter�a-feira, em reuni�o do Diret�rio Nacional do PMDB. "Eu pergunto: e os mais de 1.000 cargos que o PMDB exerce no governo hoje? Como � que far�o? Ir�o esvaziar tamb�m? Ir�o levar o debate pol�tico ao extremo de paralisar o Pa�s ou vamos agir com responsabilidade diante de um momento t�o duro que o Pa�s passa?", questionou Pansera.
No mesmo evento, o chefe do Gabinete Pessoal da Presid�ncia da Rep�blica, Jaques Wagner, disse: "Quando eu digo que n�o h� desembarque, � porque hoje consideraria que o PMDB est� rachado. Na minha opini�o, n�o muda", considerou.
� tarde, ela se reuniu com os sete ministros da legenda. Al�m de Castro e Pansera, estiveram Eduardo Braga (Minas e Energia), K�tia Abreu (Agricultura), Henrique Eduardo Alves (Turismo), Helder Barbalho (Portos) e Mauro Lopes (Avia��o Civil). Ali, foi feita uma apresenta��o com os poss�veis votos na reuni�o do partido marcada para o dia pr�ximo dia 29, em que ser� votado o desembarque. Segundo fontes, ainda h� uma margem de 8 a 10 votos a favor da manuten��o da alian�a. Os c�lculos mostram que, dos 156 delegados com direito a voto, h� pelo menos nove indecisos.
O PRB foi afetado por essa estrat�gia. Em uma negocia��o, Dilma retirou George Hilton do Minist�rio do Esporte. Ele havia deixado a sigla na semana passada ap�s o partido optar pelo desembarque da base aliada. A pasta agora ser� comandada por Ricardo Leyser, integrante do PCdoB, mas ele est� afinado com setores do PRB contr�rios ao desembarque. Ele � o respons�vel por cuidar dentro do governo da Olimp�ada, e ocupava a secretaria executiva do Minist�rio do Esporte, mas foi transferido recentemente por Hilton para a Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento. O restante da pasta continuar� sob o controle do PRB, que poder� ganhar mais postos na Esplanada, como compensa��o por recuar da decis�o de romper com o governo. O partido se tornou independente, mas voltou a se alinhar informalmente.
Dilma tamb�m manteve um outro encontro, que n�o constou da agenda. Foi com o ex-ministro Ciro Gomes, agora no PDT. A presidente ainda se encontrou com o ministro das Comunica��es, Andr� Figueiredo (PDT), que disse ao Estado que "em hip�tese alguma o PDT cogita votar a favor do processo de impeachment, contra o governo".