As planilhas apreendidas pela Opera��o Lava Jato na casa do presidente de um dos bra�os da Odebrecht indicam que o grupo pode ter usado distribuidoras de cerveja para mascarar doa��es eleitorais a pol�ticos. Essas contribui��es podem ter superado a cifra de R$ 30 milh�es.
Nas planilhas da empreiteira, a palavra "Itaipava" est� anotada � m�o ao lado de uma doa��o que indica um repasse de R$ 500 mil para Lu�s Fernando Pez�o (PMDB), atual governador do Rio de Janeiro. Essa mesma doa��o para Pez�o est� relacionada, no topo da coluna dos valores, a um certo "Parceito IT" (sic) - ind�cio de "parceria" entre a Odebrecht e a Itaipava no financiamento eleitoral.
Em outros trechos das planilhas, h� valores significativos associados ao "parceiro IT". Em uma delas, que relaciona doa��es para a campanha eleitoral de 2012, o total chega a R$ 5,8 milh�es. Em outro quadro, sem data definida, o "parceiro" aparece como respons�vel por doa��es de R$ 30 milh�es a 13 partidos, entre eles PT, PMDB e PSDB.
Apesar de atuar em um setor cuja lucratividade n�o est� associada a contratos com governos ou regulamenta��es votadas pelo Congresso, as empresas ligadas � cervejaria Itaipava apareceram entre as principais doadoras de campanhas em 2010, 2012 e 2014.
Na quarta-feira, A�cio divulgou nota em que afirma que as doa��es citadas nas planilhas da Odebrecht foram legais e realizadas pela Leyroz de Caxias. Foram dois dep�sitos em 2010, que totalizaram quase R$ 1,1 milh�o. Outro citado nas planilhas da empreiteira, o ex-senador Dem�stenes Torres tamb�m justificou supostas doa��es da Odebrecht com dep�sitos do "grupo Petr�polis", no total de R$ 1 2 milh�o.
Mercadante divulgou nota relacionando diversas doa��es da Praiamar e da Leyroz de Caxias, no total de R$ 700 mil, �s doa��es que aparecem nas planilhas da Odebrecht. O deputado Roberto Freire (PPS-SP), cujo nome tamb�m est� nos documentos apreendidos pela Pol�cia Federal, informou que "o valor de R$ 500.000,00 foi doado ao PPS pela construtora Odebrecht em 31/8/2012 (...) e devidamente declarado � Justi�a Eleitoral". O comprovante anexado � nota n�o mostra um dep�sito da Odebrecht, mas da Leyroz de Caxias.
Processo
Segundo a Receita Federal, tanto a Praiamar quanto a Leyroz de Caxias s�o controladas por Roberto Lu�s Ramos Fontes Lopes. Em 2013, Lopes foi processado por fraude tribut�ria. Um trecho do processo informa que o Fisco de S�o Paulo suspeitava da a��o de Fontes Lopes como "testa de ferro" de Walter Faria, controlador do grupo Petr�polis.
O Minist�rio P�blico Federal j� encontrou elos entre Faria e os crimes investigados pela Opera��o Lava Jato. Uma conta ligada ao empres�rio na Su��a recebeu US$ 3 milh�es do lobista Julio Camargo. A conta, segundo reportagem publicada no ano passado pela Folha de S. Paulo, teria sido indicada por Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema de desvios de recursos da Petrobr�s. Na �poca, todos negaram irregularidades.