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Estado de Minas

PMDB come�a a romper alian�a com o governo Dilma

Na v�spera de o partido anunciar o rompimento com o governo Dilma, Henrique Eduardo Alves pede demiss�o do Minist�rio do Turismo. Decis�o da legenda de deixar base de apoio ser� tomada por aclama��o


postado em 29/03/2016 06:00 / atualizado em 29/03/2016 07:16

Vice Michel Temer e a presidente Dilma Rousseff fizeram reuniões durante todo o dia em busca do apoio de ministros que até ontem resistiam à tese da saída do governo (foto: Evaristo Sá/AFP - 5/10/15)
Vice Michel Temer e a presidente Dilma Rousseff fizeram reuni�es durante todo o dia em busca do apoio de ministros que at� ontem resistiam � tese da sa�da do governo (foto: Evaristo S�/AFP - 5/10/15)

Bras�lia – O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, se antecipou ao prov�vel an�ncio do desembarque do PMDB do governo Dilma Rousseff esperado para hoje, durante reuni�o extraordin�ria do diret�rio nacional do partido, em Bras�lia, e entregou nessa segunda-feira (28) sua carta de demiss�o. A decis�o do rompimento ser� por aclama��o, para mostrar uma coes�o interna rumo ao p�s-Dilma e para esconder do Planalto qual o tamanho do PMDB que ainda pode ser pressionado na batalha para se evitar o impeachment. Principal benefici�rio, o vice-presidente Michel Temer nem sequer aparecer� da reuni�o, para n�o dar argumentos aos advers�rios de que � um “conspirador contra a democracia”. O presidente do Senado, Renan Calheiros, que concordou com a decis�o por aclama��o, tamb�m n�o comparecer�.

Alves � um dos ministros mais pr�ximos de Temer e vinha se debatendo sobre a hip�tese de ficar ou n�o no governo. Foi o primeiro a abrir m�o do cargo. Na carta entregue nessa segunda-feira (28) � presidente Dilma, o ministro agradeceu � petista pela confian�a e “respeitosa rela��o” que tiveram por 11 meses, antes de explicar a raz�o da demiss�o. “Pensei muito antes de faz�-lo, considerando as motiva��es e desafios que me impulsionaram a assumir o minist�rio. Mas o momento nacional coloca agora o PMDB diante do desafio maior de escolher o seu caminho”, afirma Henrique na carta. O peemedebista diz que o di�logo “se exauriu”.

Os ministros que se sentirem constrangidos com o rompimento est�o liberados de comparecer ao encontro, mas ter�o at� 12 de abril para deixar os respectivos cargos – � quando se completa 30 dias desde a conven��o do partido. Diretores de estatais e de bancos p�blicos seguir�o o mesmo caminho. Apadrinhados do PMDB que estiverem no segundo e terceiros escal�es est�o autorizados a permanecer onde est�o.

O rompimento com o maior aliado representa uma dose extra de preocupa��o devido � possibilidade de um “efeito domin�” entre outras legendas governistas, com reflexos na comiss�o especial do impeachment, que analisa o pedido de afastamento da presidente.

Nessa segunda-feira (28), a batalha nos bastidores teve Dilma e seu vice na linha de frente, por�m em lados opostos. A presidente reuniu seis dos sete ministros do partido no Planalto, enquanto Temer buscava apoio dos titulares na Esplanada a fim de atra�-los para a tese de romper com governo.

Na conversa com Dilma, os ministros sinalizaram que ser� muito dif�cil permanecer no governo caso o partido aprove a sa�da da base aliada hoje. Dois ministros afirmaram � reportagem que v�o anunciar uma decis�o conjunta depois que a defini��o do partido for formalizada. Mesmo aqueles que resistem � ideia de abandonar o cargo reconheceram que ficar no governo ser� muito dif�cil se o PMDB realmente optar por deixar a base aliada. Um deles classificou como um “banho de �gua fria” a decis�o do PMDB do Rio de abandonar Dilma, anunciada na semana passada.

O posicionamento de alguns ministros ainda suscita d�vidas no PMDB (veja quadro). A principal inc�gnita � como se comportar� a ministra da Agricultura, K�tia Abreu. Amiga pessoal da presidente, ela tem sido muito pressionada pelos ruralistas a deixar o governo. Poder� at� reassumir o mandato de senadora e lutar contra o afastamento da presidente. Mas s�o grandes as chances de ela deixar o PMDB e retornar ao PSD.

Os outros dois ministros que geram expectativas s�o Eduardo Braga (Minas e Energia) e Marcelo Castro (Sa�de). Braga tem feito discursos expl�citos a favor da democracia, mas n�o deve ter dificuldades em acompanhar a decis�o partid�ria. N�o agrada a Castro deixar o minist�rio, mas ele � presidente estadual do PMDB piauiense e ter� dificuldades para justificar o apego ao cargo � base local.

Ex-presidente aposta na dissid�ncia

Em entrevista nessa segunda-feira (28) a 24 correspondentes de ve�culos estrangeiros, em S�o Paulo, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva disse ver com tristeza a sa�da do PMDB do governo, mas acredita que ainda h� chance de um acordo que mantenha parte da legenda na base de apoio governista. “Pode acontecer o que aconteceu em 2003 de ter uma coaliz�o sem a concord�ncia da dire��o”, disse.

Na avalia��o do petista, a prov�vel sa�da do PMDB do governo n�o significar� um abandono total do partido. Lula lembrou o in�cio de seu governo, em 2003, quando parte do PMDB apoiava o seu governo, apesar de a c�pula da legenda n�o ter fechado uma alian�a. O petista, de qualquer forma, lamentou a sa�da dos aliados. “Vejo com muita tristeza o PMDB abandonar o governo ou se afastar. Pelo que eu estou sabendo, os ministros do PMDB n�o sair�o nem a Dilma quer que eles saiam.”

Segundo peemedebistas, o vice-presidente Michel Temer se encontrou no domingo � noite com Lula, em S�o Paulo, e teria dito ao petista que n�o h� mais condi��es de se reverter o quadro. Na conversa, Lula indagou inclusive sobre a possibilidade de adiamento da reuni�o do diret�rio marcada para hoje. Mas, segundo relatos de presentes, Temer disse que o resultado pr�-rompimento j� estava consolidado e que n�o seria mais poss�vel “segurar o partido”. “O rompimento � definitivo”, teria dito o vice. Lula desembarcou no fim da tarde em Bras�lia para buscar a maior dissid�ncia poss�vel no partido.

Quem � quem


Confira o que pensa cada um dos ministros do PMDB

Eduardo Braga

Minas e Energia
» Faz um discurso em defesa da democracia, da institucionalidade, mas vai acompanhar o partido sem traumas se a decis�o for pelo desembarque

K�tia Abreu
Agricultura
» Est� pressionada pela base ruralista, que classifica o atual governo de militantes, ap�s a entrada de Lula. Foi aconselhada a acompanhar o partido, mas pode se recusar a deixar o cargo ou ir para o PSD, pela amizade que nutre por Dilma.

Helder Barbalho
Portos
» Filho do senador Jader Barbalho, que resistia � tese de o partido deixar o governo. Mas, por ser fiel � legenda e � maioria partid�ria, se a decis�o for por aclama��o, n�o deve apresentar empecilhos ao desembarque

Henrique Eduardo Alves
Turismo
» Pediu exonera��o nessa segunda-feira (28). Foi para o governo por n�o ter mandato e para garantir o foro privilegiado.

Celso Pansera

Ci�ncia e Tecnologia
» Indica��o pessoal do l�der do PMDB na C�mara, Leonardo Picciani (RJ). N�o lhe agrada deixar o minist�rio, mas n�o tem for�a para comprar uma briga com o diret�rio do PMDB fluminense

Marcelo Castro
Sa�de
» Tamb�m indica��o de Leonardo Picciani. � presidente do diret�rio estadual do PMDB piauiense e enfrenta press�o das suas bases eleitorais

Mauro Lopes
Avia��o Civil
» Est� em fim de carreira e j� havia dito a interlocutores que ser ministro coroaria a trajet�ria pol�tica. Foi nomeado � revelia da dire��o partid�ria. O diret�rio de Minas apoia o rompimento

 


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