A iniciativa do PMDB, maior partido da C�mara e do Senado e que preside as duas Casas Legislativas, refor�a tamb�m o isolamento da presidente �s v�speras da vota��o do pedido de abertura de processo de afastamento dela pelos deputados.
Na conversa que teve em S�o Paulo no domingo (27), o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva tentou em v�o dissuadir o presidente do partido de comandar um afastamento do partido em rela��o ao governo. Na ocasi�o, o vice deixou claro que o partido trabalhar� pelo impeachment de Dilma.
Na elei��o de 2002, o PMDB seguiu rachado na elei��o de Lula - naquela disputa, o partido participou com a ex-deputada Rita Camata (ES) como vice do ent�o candidato tucano, Jos� Serra. Em seguida, aproximaram-se aos poucos da gest�o do petista, ganhando minist�rios, compuseram a chapa � reelei��o de Lula em 2006 e, nas elei��es de 2010 e 2014, Temer foi vice na chapa de Dilma. Atualmente, s� perde para o PT em participa��o no governo.
Ontem, logo ap�s uma reuni�o em que o vice e o presidente do Senado e um dos principais aliados da petista no Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), fecharam um acordo do desembarque do partido, um aliado de Temer, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, antecipou-se � decis�o da conven��o e pediu exonera��o do cargo.
Os outros seis ministros do partido ter�o at� o dia 12 de abril para deixar os postos. S�o eles: Marcelo Castro (Sa�de), Celso Pansera (Ci�ncia e Tecnologia), Eduardo Braga (Minas e Energia), Mauro Lopes (Secretaria de Avia��o Civil), K�tia Abreu (Agricultura) e Helder Barbalho (Secretaria de Portos). Nos bastidores, Castro e Braga s�o os que mais resistiam a entregar os cargos. K�tia Abreu, por sua vez, poderia at� deixar a legenda.
A decis�o do PMDB de romper com o governo deve se dar por aclama��o, em que n�o haver� o registro de voto nominal dos 119 integrantes do Diret�rio Nacional da legenda aptos a votar. Para n�o ser acusado da pecha de que patrocina uma eventual derrubada de Dilma, Temer n�o comparecer� ao ato partid�rio que ser� realizado em uma das comiss�es da C�mara, previsto para come�ar as 15 horas. Dever� caber ao 1º vice-presidente do partido, o senador Romero Juc� (PMDB-RR), a condu��o dos trabalhos.
O desembarque oficial do maior partido do Congresso da Esplanada dos Minist�rios poder� levar � sa�da de outras legendas da base aliada de Dilma. Partidos de centro do espectro pol�tico t�m sido instados a abandonar a petista e a liberar as bancadas a votarem como quiser em rela��o ao impeachment da presidente, mesmo tendo participa��o no governo: o PP (com o Minist�rio da Integra��o Nacional), o PR (com os Transportes) e o PSD (com as Cidades).
Esse grupo deve refor�ar a articula��o dos principais partidos de oposi��o em favor da queda de Dilma, uma vez que eles abandonaram uma sa�da para a crise pol�tica pela cassa��o da chapa Dilma e Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com a consequente novas elei��es, se ocorresse ainda este ano. A demora pela via do TSE, que n�o tem prazo para apreciar as a��es da campanha da presidente, pesou contra.
Diante do fortalecimento de Temer, que tende a aglutinar o PMDB e atrair partidos hoje na base de Dilma, o Pal�cio do Planalto decidiu lan�ar m�o de duas estrat�gias principais para impedir que haja pelo menos 342 votos de deputados federais no plen�rio a favor da abertura do processo.
A primeira � atuar no varejo dos partidos - e n�o em suas dire��es - a fim de cabalar apoios. A outra � colar a imagem de que o vice conspira com o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e r�u na Opera��o Lava Jato, para derrub�-la.