
Bras�lia – A presidente Dilma Rousseff subiu o tom no discurso para artistas e intelectuais em cerim�nia contra o impeachment no Pal�cio do Planalto, nessa quinta-feira (31), e comparou o clima de intoler�ncia vivido no Brasil atualmente ao nazismo. Ela criticou a m�dica ga�cha que deixou de ser a pediatra de uma crian�a porque sua m�e � petista e afirmou que as pessoas n�o devem ser marcadas pelo que pensam. Dilma argumentou que os brasileiros nunca tiveram “esse lado fascista”. “Outro dia, uma pessoa me disse que isso parece muito com o nazismo. Primeiro voc� bota uma estrela no peito e diz: � judeu. Depois voc� bota no campo de concentra��o. Essa intoler�ncia n�o pode ocorrer”, disse Dilma, sob aplausos.
Dilma lembrou que sofreu tortura, pr�tica que tenta fazer com que a pessoa traia aquilo que acredita, “quebrando a integridade humana daquelas encarceradas”. A presidente apelou para o feminismo, ao afirmar que as mulheres n�o s�o fr�geis, e que ela, especialmente, n�o � fr�gil e que � uma honra ter nascido mulher. A argumenta��o foi feita, ao dizer que h� dois motivos que alimentam os que querem o “golpe”: primeiro a consci�ncia de que o processo de impeachment carece de consist�ncia e, por isso, surgem pedidos para que ela renuncie e, em segundo lugar, pelo fato de ela ser mulher. “Acham que as mulheres s�o fr�geis. N�s de fatos somos sens�veis, mas n�o somos fr�geis”, disse Dilma.
Em discurso representado artistas e intelectuais, a atriz Let�cia Sabatella iniciou o discurso afirmando “eu vim aqui hoje clamar por democracia”, para em seguida se posicionar em rela��o ao governo Dilma. “Eu sou oposi��o ao seu governo, presidenta Dilma, mas eu tenho um contentamento de poder dizer isso na sua frente”, disse a atriz ao reconhecer que o pa�s vive num estado democr�tico, com respeito �s liberdades.
Dilma recebeu das m�os da cineasta Anna Muylaert, diretora de filmes como “Que horas ela volta” e “Durval Discos”, um manifesto do setor de cinema e audiovisual contr�rio ao processo de impeachment como ela. Nesse segundo ato em uma semana pela “defesa da democracia e da legalidade”, o governo pretende consolidar a bandeira de que o impeachment � golpe e angariar mais seguidores em torno dessa linha.