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Estado de Minas

Planalto faz barganha na tentativa de barrar processo de impeachment

PR, PP e PSD receberam R$ 12,2 mi de restos a pagar represados desde 2012 pelo Planalto. Ex-aliado, PMDB levou R$ 10,8 mi, 40% do destinado ao PT. Negocia��o segue a todo vapor


postado em 10/04/2016 06:00 / atualizado em 10/04/2016 07:58

Repasses para os três partidos só foram menores que os R$ 24,9 mi destinados ao PT (foto: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
Repasses para os tr�s partidos s� foram menores que os R$ 24,9 mi destinados ao PT (foto: Minervino J�nior/CB/D.A Press)
Bras�lia – Promessas de cargos, alguns a longo prazo e outros de ocupa��o imediata, e libera��o de emendas para garantir a fidelidade dos aliados na tentativa de barrar o processo de impeachment fazem parte da estrat�gia do Pal�cio do Planalto para evitar o t�rmino prematuro do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Em alguns casos, a a��o � feita de maneira conjunta. Juntos, PR, PP e PSD, legendas mais assediadas pelo Executivo no Congresso, conseguiram, com base em dados levantados pelo Sistema Integrado de Administra��o Financeira (Siafi) at� 5 de abril e levantados pela lideran�a do DEM no Senado, R$ 12,2 milh�es de restos a pagar represados desde 2012.

As tr�s legendas conseguiram mais recursos que o PMDB, maior bancada da C�mara, e o PSDB, principal legenda da oposi��o. Em n�meros brutos, o PMDB, que desembarcou do governo h� quase duas semanas — embora seis dos sete ministros estejam entrincheirados nos respectivos cargos —, arrecadou R$ 10,8 milh�es. J� o PSDB conseguiu R$ 8,43 milh�es. Os tr�s novos queridinhos do governo s� ficam atr�s do partido da presidente, o PT, que recebeu R$ 24,97 milh�es.

Mas o PP, que sozinho conseguiu R$ 4,15 milh�es em restos a pagar, n�o tem apenas as emendas como mimos. Maior bancada aliada ap�s a sa�da do PMDB, com 40 deputados, os pepistas devem levar o Minist�rio da Sa�de, com o deputado Ricardo Barros (PR); todos as estatais e autarquias envolvendo o Minist�rio da Integra��o Nacional, incluindo o Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs) e a Companhia de Desenvolvimento do Vale do S�o Francisco (Codevasf).

O PP ainda poder� arrebanhar para seus dom�nios a Caixa Econ�mica Federal, que administra os benef�cios do Bolsa-Fam�lia, os subs�dios do Minha casa, minha vida, os financiamentos imobili�rios e os recursos do FGTS. Para a vaga, o mais comentado � o deputado Cac� Le�o (BA), mas a reportagem apurou que poderia haver uma jogada ousada e arriscada, com a sa�da do atual ministro da Sa�de, Marcelo Castro, do PMDB, para que ele, ap�s um tempo sem legenda, se filiasse ao PP para assumir o banco estatal. Oficialmente, o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), nega a possibilidade.

DESAVEN�A O PSol, legenda que h� pouco mais de 10 anos nasceu de uma cis�o do PT por causa da insatisfa��o com os rumos tomados pelo partido, acabou voltando � �rbita petista na defesa contra o impeachment. A legenda recebeu R$ 4,65 milh�es de restos a pagar. A matem�tica pura mostra que os seis deputados do PSol conseguiram, per capita, R$ 775 mil em restos a pagar. Desempenho semelhante � Rede, presidido por Marina Silva, que defende a convoca��o de novas elei��es. O l�der do partido na C�mara, Alessandro Molon (RJ), contudo, teve um duro desentendimento por telefone com Marina na semana que passou. Ex-petista, ele � contra o afastamento da presidente.

Legenda que dever� herdar toda a �rea de transportes do governo federal caso a presidente Dilma sobreviva, o PR garantiu R$ 4,8 milh�es em emendas. O partido negocia com o Planalto a manuten��o do Minist�rio dos Transportes, a incorpora��o de todos as diretorias nacionais e estaduais do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit), al�m das secretarias de Portos e de Avia��o Civil. Condenado no processo do mensal�o, o ex-deputado Valdemar Costa Neto tem sido um dos principais interlocutores com o governo e cobra dos correligion�rios que aceitem as ofertas palacianas.

“Se qualquer partido se sentir lesado e entrar na Justi�a por conta das emendas parlamentares, poder� faz�-lo. Ap�s a aprova��o do or�amento impositivo, o Executivo � obrigado a pagar de maneira equ�nime”, disse o presidente da ONG Contas Abertas, Gil Castello Branco. Para o diretor de documenta��o do departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antonio Augusto de Queiroz, nada dessas benesses funcionar� se o moral da tropa n�o estiver elevado. “A semana que passou foi p�ssima para o governo, com a dela��o da Andrade Gutierrez, o desembarque da bancada evang�lica e o recuo do procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, em rela��o � posse de Lula como chefe da Casa Civil”, resumiu Toninho.

• Proposta de plebiscito

A batalha pelo impeachment ainda est� na C�mara, mas, no Senado, j� h� quem se prepare para os desdobramentos do processo contra Dilma Rousseff. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), estuda proposta de emenda constitucional (PEC) propondo a realiza��o de plebiscito, no primeiro turno das elei��es municipais deste ano, para saber se a popula��o defende nova disputa geral. E, no segundo turno, qual seria a extens�o: apenas para presidente ou se incluiria governadores, senadores e deputados. O pr�prio ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva j� declarou, algumas vezes, n�o ser completamente avesso � proposta. Mas interlocutores petistas t�m d�vidas se, caso Dilma se mantenha no cargo, ele defenda um encurtamento do atual mandato do PT.


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