
Em conversa com um grupo de jornalistas nesta quarta-feira, 13, no Pal�cio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff disse estar confiante em uma vit�ria na C�mara contra o pedido de abertura de processo de impeachment. Caso isso aconte�a, Dilma vai propor um amplo pacto nacional com todas as for�as pol�ticas, inclusive da oposi��o. Indagada se participaria de um pacto no caso de derrota, Dilma respondeu: "Se eu perder, sou carta fora do baralho".
A presidente n�o deixou claro se a proposta de repactua��o ser� apresentada ap�s a vota��o do impeachment na C�mara ou no Senado.
"Digo qual � o meu primeiro ato p�s-vota��o na C�mara. A proposta de um pacto, de uma nova repactua��o entre todas as for�as pol�ticas, sem vencidos e sem vencedores. Seja p�s-C�mara mas tamb�m p�s-Senado, sobretudo. No p�s-Senado � que isso ser� mais efetivo", disse Dilma. De acordo com a presidente, a proposta de repactua��o vai se estender a oposi��o. "A oposi��o existe", declarou.
�s v�speras da vota��o na C�mara que vai selar seu destino pol�tico, Dilma recebeu os jornalistas para uma conversa em seu gabinete que se estendeu por mais de duas horas entre o final da manh� e o in�cio da tarde, na qual falou sobre suas expectativas para os pr�ximos dias.
Aparentando tranquilidade e em v�rios momentos bom humor, Dilma se mostrou confiante no resultado da vota��o, a despeito das not�cias negativas dos �ltimos dias, como a decis�o do PP de desembarcar do governo.
Dilma disse que vai lutar at� o fim pela manuten��o do mandato em todas as inst�ncias poss�veis e descartou fazer como o ex-presidente Fernando Collor, que renunciou depois de ser derrotado na C�mara, em 1992, e pouco antes de come�ar a ser julgado pelo Senado, no fim daquele ano.
"O governo vai lutar at� o �ltimo minuto do �ltimo tempo por uma coisa que acreditamos que seja fact�vel, que � ganhar contra esta tentativa de golpe que est�o tentando colocar contra n�s atrav�s de um relat�rio que � uma fraude", afirmou a presidente.
Dilma comparou o momento a uma guerra psicol�gica na qual os dois lados tentam usar os n�meros a seu favor para influenciar os indecisos. "N�s agora, nessa reta final, estamos sofrendo e vamos sofrer uma guerra psicol�gica que tem um objetivo que � construir uma situa��o de efeito domin�", disse.
A presidente minimizou a sa�da do PP do governo. "� muito dif�cil neste momento voc� dizer que um partido desembarcou do governo. Tem situa��es as mais variadas. Os partidos saem do governo e as pessoas ficam", disse.
Dilma n�o descartou a possibilidade de recorrer ao Judici�rio em caso de derrota no Congresso. Ela citou supostas falhas no rito do impeachment em rela��o ao direito de defesa como poss�vel argumento para a judicializa��o do caso.
"N�o garanto ainda o que n�s vamos fazer porque n�o tenho a avalia��o completa do jur�dico do governo. N�o sabemos se vamos. E se formos, quando", disse.
Durante a conversa, Dilma foi perguntada sobre o cen�rio em caso de derrota e tamb�m sobre seus planos para o futuro, se conseguir terminar o mandato. "Vou embora para a minha casa em Porto Alegre. Tenho direito � aposentadoria."