Bras�lia- A bancada tucana do Senado j� deu por "consumada" a autoriza��o do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que deve ser votada neste domingo na C�mara. Calculando que caber� ao PSDB a relatoria ou a presid�ncia da comiss�o que analisar� o processo no Senado, a bancada j� se reuniu e definiu o nome de Antonio Anastasia (MG) para assumir um dos cargos.
"A escolha foi feita com base em seu conhecimento jur�dico, serenidade e aclama��o �tica. Foi consensual na bancada", afirmou o l�der do partido, C�ssio Cunha Lima (PSDB-PB). Nos bastidores, entretanto, o argumento � de que Anastasia possui boas rela��es com os diversos setores do Senado e uma posi��o menos combativa. O PSDB quer passar a impress�o de isen��o durante a condu��o do processo.
A sigla tamb�m j� definiu os nomes que ir�o compor a comiss�o. Com tr�s vagas no colegiado, al�m de Anastasia, tamb�m participar�o o l�der Cunha Lima e o senador Aloysio Nunes (SP). A ideia � balancear o equil�brio do senador mineiro com a fala mais radical e combativa dos demais.
O presidente do PSDB e candidato derrotado nas elei��es de 2014, A�cio Neves (MG), n�o deve fazer parte da comiss�o. A ideia � poupar sua imagem, que se desgastou com a opini�o p�blica pelas den�ncias de envolvimento em esquemas de propina.
Nos c�lculos de Cunha Lima, existem hoje 386 votos em favor do impeachment de Dilma na C�mara. S�o necess�rios 342 para autorizar o processo. No Senado, os tucanos tamb�m est�o otimistas e contam que ter�o com folga mais do que os 41 votos necess�rios para fazer o afastamento tempor�rio da presidente.
Composi��o
Algumas d�vidas cercam a formata��o da comiss�o que analisar� o processo de impeachment. Al�m de elei��o, presidente e relator tamb�m poderiam ser eleitos ou escolhidos com base nas maiores bancadas da Casa.
Neste caso, � o PMDB quem deveria assumir ou a presid�ncia ou a relatoria. Ontem, o nome de Eun�cio Oliveira (PMDB-CE) foi cogitado, mas ele recuou e afirmou que nada est� definido. Em seguida, as bancadas do PT e PSDB est�o empatadas em n�mero de membros, tendo o direito de assumir a outra vaga.
A diverg�ncia maior � se o PT poderia assumir a relatoria ou a presid�ncia da comiss�o, por ser considerado parte interessada no processo. Apesar de a assessoria t�cnica do Senado n�o prever essa limita��o, o argumento ser� usado pelos senadores de oposi��o.
Assumido isso, tamb�m poder� ser levantada a quest�o se o PMDB, como partido do vice-presidente da Rep�blica, tamb�m n�o seria parte interessada no processo e, por esta raz�o, tamb�m n�o deveria assumir nenhum cargo de dire��o da comiss�o. Tucanos j� avisaram que n�o v�o questionar a isen��o do PMDB, mas acusam que o PT fa�a este papel.