Uma das apostas, nesta reta final, � convencer parlamentares a se ausentarem do plen�rio no domingo. H� um temor com o que est� sendo chamado de "onda negativa" contra o governo, que estaria crescendo.
No governo, o clima � considerado "cr�tico". Os n�meros do placar de vota��o oscilam, a cada hora, para baixo e para cima. Mas o problema, de acordo com um assessor do Planalto, � que o ritmo de defini��o de votos a favor do impeachment tem sido muito maior que o do contra.
Na manh� desta quinta-feira, 14, o l�der do PT na C�mara, deputado Afonso Florence (BA), ap�s sair de uma reuni�o no Alvorada com a presidente, deixou claro o esp�rito do governo. "Hoje eles n�o t�m 342 votos. O governo tem quase os '172 n�o'. Mas aus�ncias ou absten��es caracterizar�o, na pr�tica, os 'n�o 342' votos, porque eles precisam dos '342 sim'. Eles n�o t�m e n�o ter�o", avisou.
Ao falar dos votos assegurados contra o impeachment, na casa dos 140, a fonte consultada afirmou que neste total n�o est� inclu�do, por exemplo, o do l�der do PMDB, Leonardo Picciani (RJ). Na contabilidade com os apoios anunciados, no entanto, Picciani est� inclu�do.
Embora reconhe�am a situa��o desfavor�vel, auxiliares de Dilma avaliaram que o quadro nessa quinta-feira era ligeiramente melhor do que o do dia anterior, quando alguns ministros amea�avam jogar a toalha.
'Fila indiana'
O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva tamb�m manifestou a aliados a preocupa��o com os n�meros. Ele avalia que entre votos contr�rios ao impeachment, aus�ncias e absten��es o governo chegaria a pouco mais de 180 dos 172 deputados necess�rios. Segundo interlocutores de Lula, ele considera que o n�mero � insuficiente. Por isso, tem articulado freneticamente a partir do quarto do hotel onde est� hospedado em Bras�lia. De acordo com aliados, Lula mandou fazer uma "fila indiana" virtual que, al�m de deputados, inclui prefeitos, governadores, dirigentes partid�rios e lideran�as civis locais capazes de influenciar na vota��o.
H�, por�m, o reconhecimento de que nem mesmo os esfor�os do ex-presidente tem dado o resultado esperado. H� o temor, ainda, de que seu telefone esteja grampeado. Outro fator que atrapalha as negocia��es � a elei��o municipal de outubro. V�rios deputados n�o querem fazer compromissos com o PT.
Muitos parlamentares tamb�m acabaram sendo influenciados pelo mercado, segundo o governo. Temem que, com Lula no comando da economia, o governo volte a implementar o que est�o chamando de "medidas perdul�rias" e as libera��es de cr�dito f�cil.
PDT
A dire��o do PDT se reunir� nesta sexta-feira, �s 18h, em sua sede em Bras�lia, para anunciar que expulsar� os deputados da bancada que votarem a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, na sess�o do plen�rio da C�mara no domingo.
Ontem, o l�der da sigla, deputado Weverton Rocha (MA), anunciou apoio integral � presidente da Rep�blica e disse que o partido fechou quest�o contra o impeachment.
O parlamentar deixou claro que deputados dissidentes do partido estariam sujeitos � puni��o do diret�rio nacional. "N�o vamos sair do barco como se f�ssemos ratos", disse Weverton Rocha, um dos aliados mais fi�is do Planalto, durante o an�ncio.
No mesmo dia, o deputado S�rgio Vidigal (PDT-ES) informou que votar� pelo impeachment de Dilma no domingo. O parlamentar � presidente do diret�rio estadual capixaba e est� no partido h� 30 anos.
"Decidi: nem Dilma, nem Temer, nem Cunha e nem Renan", afirmou Vidigal, por meio de nota divulgada � imprensa.