
Bras�lia – Com 41 votos a favor da admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT), a bancada federal mineira anunciou o seu posicionamento em nome dos filhos, das esposas, dos netos, da fam�lia, do desarmamento, contra a ideologia de g�nero e contra a corrup��o.
O presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), r�u no Supremo Tribunal Federal (STF) por crime de corrup��o e lavagem de dinheiro, foi acusado por J�lio Delgado (PSB) antes de anunciar o seu voto em defesa da abertura do processo de impedimento: “N�o � leg�timo que um suspeito como voc� presida esta sess�o. A sua hora vai chegar, Cunha”.
Baixas e trai��es ao governo de Dilma Rousseff (PT) ocorreram. A mais marcante delas foi a do deputado federal Mauro Lopes (PMDB), pai do presidente da Assembleia Legislativa Adalclever Lopes (PMDB), que deixou o Minist�rio da Avia��o para apoiar o governo Dilma em plen�rio. Prometeu um “n�o” � continuidade do processo, antes de deixar o cargo, mas deu um rotundo “sim”.
“Ocupei o cargo de ministro de Estado do atual governo e guardarei a gratid�o comigo”, disse, antes de desfiar o ros�rio de lealdades ao PMDB e ao vice-presidente Michel Temer, a quem havia contrariado assumindo o cargo. “Quero aqui dizer do fundo de minha alma, pensando em minha fam�lia, esposa, filhos, netos e em minha querida Caratinga, voto sim”, afirmou.
Os oito deputados federais do PT – Patrus Ananias, Reginaldo Lopes, Adelmo Carneiro Le�o, Gabriel Guimar�es, Miguel Corr�a, Margarida Salom�o, Padre Jo�o e Leonardo Monteiro – al�m da deputada federal J� Moraes (PCdoB), dos deputados Aelton Freitas (PR), Brunny (PR) e George Hilton (PROS) votaram contra o processo, classificando-o de golpe.
“Em homenagem �queles que deram a vida para que a democracia florescesse neste pa�s. � vergonhosa a fraude pol�tica de Michel Temer e Eduardo Cunha. N�o h� crime, � golpe”, disse J�. “Quero falar em nome da democracia e daqueles que est�o nas redes e ruas lutando contra o golpe, contra Eduardo Cunha e contra Temer”, afirmou Margarida Salom�o (PT).
Integrante do comit� pr�-impeachment, o deputado federal Marcus Pestana (PSDB) justificou o seu voto pelo impedimento: “Digo n�o � corrup��o, ao estelionato eleitoral e � obstru��o � Justi�a. Os 54 milh�es de votos n�o s�o biombo que autoriza o assalto ao pa�s.”Al�m de Pestana, outros seis deputados do PSDB votaram pelo impeachment. Raquel Muniz (PSD) dedicou o voto pelo impeachment “�s v�timas da BR 251”, aos filhos, m�e, netos. Citando o pr�prio marido, Ruy Muniz, prefeito de Montes Claros, como exemplo do “Brasil que d� certo”, a parlamentar entrou numa esp�cie de transe saltitante gritando “sim, sim, sim”.
Para hoje, “day after”, ficam as consequ�ncias pol�ticas da vota��o, que recai sobre um pa�s dividido. “Convido o povo brasileiro a permanecer nas ruas. Eduardo Cunha transforma essa legislatura num tribunal de exce��o. Querem cassar uma presidente honesta. Vamos � luta, contra os golpistas”, anunciou o deputado Reginaldo Lopes (PT), considerando que os movimentos sociais manter�o a mobiliza��o contra um golpe, classificado por Patrus Ananias, como sendo “contra os pobres” e os “programas sociais”.
Para o PMDB mineiro, o dia seguinte significa encarar o governo Fernando Pimentel (PT), que, embora pr�ximo colaborador de Dilma Rousseff, n�o conseguiu reverter nem os votos do principal aliado no estado. Pelo momento, o vice-governador Ant�nio Andrade, presidente estadual do PMDB, anuncia que a disputa nacional entre o PT e o PMDB n�o ser� levada para Minas. Mas alguns peemedebistas j� ensaiam um endurecimento na rela��o.
“Pimentel n�o re�ne as condi��es para atender qualquer tipo de pleito do PMDB, que ainda n�o foi contemplado no estado”, disse Newton Cardoso Filho. Mais ponderado, o deputado federal Rodrigo Pacheco, afirmou: “O governo de Minas e o governo federal s�o duas coisas diferentes. Em nosso estado h� uma rela��o sadia entre o vice-governador e o governador”. Com um aliado t�o firme, talvez nem oposi��o seja necess�ria.