
A presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou que se sente “injusti�ada” e indignada” com a aceita��o da admissibilidade do impeachment dela, aprovado nesse domingo pela C�mara dos Deputados por 367 votos favor�veis. Segundo Dilma, os atos chamados de “pedaladas fiscais” foram feitos com base em “cadeia de medidas de adotados por outros presidentes''. A petista afirma que, diferentemente do que foi feito com os outros, contra ela o tratamento foi diferenciado. “Eu assisti ao longo da noite de ontem todas as interven��es e n�o vi uma discuss�o sobre o crime de responsabilidade, que � a �nica maneira de se julgar um presidente da Rep�blica no Brasil, como a Constitui��o assim o prev�”, afirmou.
Na vota��o, realizada nesse domingo, 367 parlamentares votaram a favor do pedido de afastamento da petista do governo, 137 foram contra, sete se absteram e houve ainda duas aus�ncias. No total, 513 deputados votaram.
A presidente voltou a dizer que a Constitui��o estipula que � necess�rio haver crime de responsabilidade para que um presidente seja afastado. Ela frisou que os atos assinados por ela n�o foram praticados para enriquecimento pr�prio. "Saio com a consci�ncia tranquila de que os atos que pratiquei, n�o fiz baseado na ilegalidade", refor�ou.
Ainda segundo a presidente, outro fato que a deixa indignada � que ela n�o teve a tranquilidade para governar. De acordo com Dilma, a oposi��o agiu com a m�xima de que as falhas do governo seriam boas para o governo. “Contra mim praticaram a sistem�tica, ou t�tica, como preferirem, do quanto pior melhor. Pior para o governo, melhor para a oposi��o”, destacou. Dilma lembrou que v�rios projetos foram apresentados para aumentar os gastos do governo e os que pretendiam algum tipo de contingenciamento sofriam resist�ncia para dificultar.
Dilma destacou que o processo aprovado contra ela na C�mara trata-se de golpe contra a democracia e que, assim como fez na juventude, quando lutou contra a ditadura e chegou a ser presa e torturada, n�o vai desistir. “Enfrentei a ditadura por convic��o e hoje fa�o o mesmo. Um golpe de estado que n�o � igual ao da minha juventude, mas da minha maturidade(...) Vivemos tempos muito dif�ceis. O mundo e a hist�ria nos observam. Tenho �nimo, for�a e coragem suficiente para enfrentar essa injusti�a”, declarou.
Emocionada, mas sem chorar, Dilma disse que a retirada de seu mandato sem ter sido condenada faz com que ela tenha sentimento de tristeza.“De certa forma, eu estou tendo meus sonhos torturados, meu direito torturado, mas sei que a democracia � o lado certo”, revelou.
Sobre a nova fase, que se inicia com o tramite no Senado, a presidente disse que vai se defender e que a luta est� apenas no come�o. “N�o come�ou o fim, como alguns dizem, n�s estamos no inicio da luta. Essa luta ser� muito longa e demorada. N�o � por mim e pelos 54 milh�es de voto que recebi. � uma luta de todos os brasileiros e uma luta pela democracia”, afirmou.
Temer
Sobre o vice-presidente, Michel Temer, Dilma n�o escondeu o descontentamento. Segundo a presidente, o peemedebista “conspirou abertamente” contra ela. “Em nenhuma democracia uma pessoa como essa seria respeitada”, afirmou e emendou: "Nenhum governo ser� leg�timo - que o povo pode reconhecer como produto da sua democracia - sem ser pelo voto secreto, direto numa elei��o previamente convocada." Ainda segundo ela, a presen�a do vice � frente do Planalto n�o trar� a seguran�a que muitos acreditam que ele possa assegurar. "Sem democracia n�o h�, nem haver�, crescimento econ�mico, nem a capacidade de criar empregos", disse.