O senador A�cio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, come�ou nesta segunda-feira, 18, um ciclo de consultas a integrantes do partido sobre a participa��o em um eventual governo Michel Temer. A inten��o � dar car�ter institucional � aproxima��o e apresentar ao peemedebista uma plataforma que venha com o selo da "unidade partid�ria".
O movimento ocorre no momento em que aliados de Temer ventilam a informa��o de que o senador Jos� Serra (SP) � "cotado" para assumir o Minist�rio da Sa�de, pasta da qual foi titular no governo Fernando Henrique Cardoso.
A�cio se reuniu nesta segunda em S�o Paulo com o ex-presidente tucano e apresentou a FHC uma lista de demandas gen�ricas que os tucanos apresentar�o a Temer, caso o Senado confirme a decis�o tomada pela C�mara no domingo e veja ind�cios de crime de responsabilidade suficientes para afastar do cargo a presidente Dilma Rousseff. A�cio divulgou uma imagem do encontro em sua conta no Twitter e mencionou a "agenda emergencial" planejada pelo PSDB.
O documento, que foi elaborado pelo senador tucano Tasso Jereissati (CE), defende a simplifica��o do sistema tribut�rio, compromisso com programas sociais, reforma pol�tica e blindagem da Opera��o Lava Jato.
Na semana depois do feriado, A�cio se reunir� com a bancada do PSDB na C�mara e, em seguida, vai procurar os governadores do partido. O senador, que � contra a indica��o de tucanos para cargos, dir� a Temer que o PSDB defende a montagem de um "minist�rio de not�veis".
Nas �ltimas semanas, A�cio tem repetido um bord�o - "O PSDB n�o � benefici�rio do impeachment" - e dito que, se houver a participa��o de tucanos em algum minist�rio, ela ser� em car�ter individual.
O senador mineiro, candidato derrotado na disputa presidencial de 2014, enfrenta outra quest�o nas conversas sobre uma eventual aproxima��o com Temer. A�cio foi o principal fiador da a��o que o PSDB move no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que virou um fator de constrangimento, j� que poderia provocar tamb�m a cassa��o do peemedebista - a a��o n�o pode ser retirada da pauta do colegiado.
No ano passado, j� diante do desgaste da imagem de Dilma mas sem o avan�o da mobiliza��o pelo impeachment, o questionamento da chapa que elegeu Dilma e Temer foi o "foco" priorit�rio do PSDB. "A a��o continua tramitando, mas n�o nos pertence mais", diz o senador C�ssio Cunha Lima (PSDB-PA).
A expectativa do jurista Miguel Reale Jr., autor do pedido de impeachment de Dilma, � que o processo se arraste at� 2018, quando perderia objeto devido �s novas elei��es.
Discreto
Para evitar dar muni��o ao discurso de "golpe" do PT, A�cio decidiu ficar fora da comiss�o do impeachment no Senado e ceder a relatoria � senadora Ana Am�lia (PP-RS). Ao indicar o aliado Antonio Anastasia (PSDB-MG) para a presid�ncia do colegiado, o dirigente do PSDB espera dar um car�ter "acad�mico e jur�dico" ao debate no Senado.
Ex-governador de Minas Gerais, Anastasia � advogado constitucionalista e foi professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).