S�o Paulo, 24 - A for�a-tarefa da Opera��o Lava Jato considera ter elementos para levar o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva ao banco dos r�us, acusado de envolvimento com a organiza��o criminosa que corrompeu e lavou dinheiro desviado da Petrobr�s. O inqu�rito sobre a compra e reforma do s�tio Santa B�rbara, em Atibaia (SP), ser� a primeira acusa��o formal entregue � Justi�a pelo Minist�rio P�blico.
O Supremo Tribunal Federal ainda decidir� se Lula pode assumir o cargo de ministro da Casa Civil e se ele ser� denunciado pela Procuradoria-Geral da Rep�blica, considerando o direito ao foro especial por prerrogativa de fun��o, ou se as acusa��es poder�o ser apresentadas pela Procuradoria em Curitiba, diretamente ao juiz federal S�rgio Moro, dos processos em primeiro grau da Opera��o Lava Jato.
Lula � alvo de tr�s frentes de apura��o e a que envolve o s�tio � a mais robusta em termos de provas, avaliam os investigadores. Mas os inqu�ritos est�o suspensos em Curitiba depois que Lula foi nomeado ministro pela presidente Dilma Rousseff.
A pe�a da den�ncia apontar� a fam�lia do ex-prefeito de Campinas (SP) e amigo de Lula Jac� Bittar como "laranja" na oculta��o da propriedade, adquirida em 2010 pelo valor declarado de R$ 1,5 milh�o. Os registros de escritura em nome dos donos oficiais, um "contrato de gaveta" em nome do ex-presidente e da mulher dele, Marisa Let�cia, encontrado nas buscas e depoimentos dos investigados far�o parte da acusa��o.
O compadre e defensor jur�dico do ex-presidente Roberto Teixeira tamb�m ser� citado como parte da opera��o de formaliza��o do neg�cio. Oficialmente a propriedade est� registrada em nome de um dos filhos de Bittar, Fernando Bittar, e do empres�rio Jonas Suassuna - ambos s�cios do filho de Lula. O registro de compra do im�vel foi realizado pelo escrit�rio de Teixeira, em S�o Paulo.
Obra de presente
O papel de Bumlai como respons�vel por parte da obra de reforma no s�tio, como favor ao amigo ex-presidente, ser� destacado na den�ncia. Um dos pontos � o empr�stimo do arquiteto Igenes Irigaray Neto, que trabalhava nas usinas do pecuarista e foi enviado para Atibaia para cuidar da reforma. Notas de compra de material em seu nome ajudar�o a comprovar a liga��o com os servi�os. A OAS ser� citada pelo custeio da mudan�a e armazenamento de bens de Lula, retirados de Bras�lia, ap�s ele deixar a Presid�ncia.
Em documento enviado ao STF, a defesa de Lula sustenta que o s�tio foi comprado pelo amigo Jac� Bittar para conv�vio das duas fam�lias, ap�s ele deixar a Presid�ncia, em 2011.
Para a Procuradoria, o material encontrado no s�tio, bem como notas de compra em nome do seguran�a do ex-presidente Rog�rio Pimentel, indica que ele era o verdadeiro dono da propriedade. Notas de compra de material para piscina e registros de envio de materiais - como itens da adega presidencial - far�o parte desse item.
Os procuradores apontar�o que "o ex-presidente tinha ci�ncia do estratagema criminoso e dele se beneficiou". Segundo a den�ncia, as etapas de aquisi��o, reforma e decora��o do s�tio em Atibaia "revelam opera��es sucessivas de lavagem de dinheiro no interesse" de Lula. A origem il�cita dos recursos empregados no s�tio, advindos de crimes praticados por Odebrecht, OAS e Usina S�o Fernando (de Bumlai) indicam o estratagema para oculta��o do neg�cio, segundo os investigadores.