A estrat�gia para fechar as contas p�blicas numa eventual gest�o de Temer passa pelo corte de gastos p�blicos e reformas estruturais, a exemplo das mudan�as sugeridas para a Previd�ncia. A solu��o tem o apoio do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, com quem Temer conversou no s�bado, 23, e do ex-ministro da Fazenda Delfim Netto, que se reuniu com ele na semana passada.
No domingo, 24, foi a vez do presidente da Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, se encontrar com Temer, no Pal�cio do Jaburu, para entregar uma proposta de ajuste fiscal sem aumento de impostos, com enfoque no corte de gastos p�blicos e na melhoria da gest�o. A reuni�o durou seis horas. Na sa�da, Skaf afirmou que, embora o objetivo da visita n�o fosse "colher compromissos", Temer concordou com a vis�o de que o aumento da carga tribut�ria acabaria agravando a crise econ�mica.
"Numa situa��o como essa, em que os servi�os p�blicos s�o de m� qualidade, de esc�ndalos de corrup��o, o governo n�o deveria ter essa moral de pedir � sociedade mais impostos", afirmou Skaf. "Tem que mostrar servi�o primeiro. Tem que dar o exemplo, cortar desperd�cio, cortar gastos, acertar as contas dentro do or�amento. A partir da�, com a retomada do crescimento, a arrecada��o de impostos aumentar� naturalmente."
A Fiesp � respons�vel pela campanha "N�o vou pagar o pato", contra o aumento de tributos, e esteve presente no apoio ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. A campanha nasceu em setembro de 2015, contra a reedi��o da CPMF. A entidade n�o revela o valor da campanha, financiada em parte com recursos p�blicos.
Arrecada��o
Filiado ao PMDB, Skaf agora desponta como conselheiro de Temer e disse no domingo que n�o apoiar�, "em hip�tese nenhuma", a volta do tributo ou a cria��o de outro imposto. "H�, sim, formas de se ajustar as contas, sem aumento de impostos, sem preju�zo dos programas sociais. H� muito desperd�cio, muito gasto que pode ser evitado", afirmou.
Estudos da Fiesp mostram que, a cada um ponto porcentual de aumento do Produto Interno Bruto (PIB), a arrecada��o aumenta 1,5 ponto.
Skaf disse que n�o conversou com o vice sobre a forma��o do Minist�rio, caso o impeachment da presidente seja aprovado no Senado. Meirelles foi sondado no s�bado por Temer para comandar a Fazenda. Embora oficialmente negue a sondagem, Meirelles disse a Temer que pode aceitar a tarefa, desde que tenha carta branca para comandar a �rea econ�mica, sem inger�ncias pol�ticas.
A exig�ncia prev� que a escolha de nomes para o Minist�rio do Planejamento, Banco Central, Caixa Econ�mica Federal, Banco do Brasil e at� Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) passe pelo seu crivo.
Temer e Meirelles combinaram de voltar a conversar em meados de maio, ap�s o julgamento do processo de impeachment no plen�rio do Senado.