O presidente do conselho, Jos� Carlos Ara�jo (PR-BA), tinha anunciado que se at� 12h30 de hoje (25) n�o houvesse resposta da Mesa Diretora da Casa, ele mesmo arcaria com os custos do deslocamento de Baianao, de Curitiba, onde est� preso, para Bras�lia. O depoimento foi confirmado para as 14h de amanh� (26). No �ltimo dia 7, outro delator da Lava Jato, o empres�rio Leonardo Meirelles, dono do laborat�rio Labogen, custeou com recursos pr�prios sua viagem de S�o Paulo a capital federal para depor no mesmo caso e responder perguntas sobre a liga��o de Cunha com contas secretas mantidas no exterior.
Cunha � alvo de uma representa��o que pede a cassa��o de seu mandato por suspeita de ter mentido � Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Petrobras, em mar�o do ano passado, quando disse que n�o tinha contas no exterior. Documentos do Minist�rio P�blico da Su��a revelaram a exist�ncia de contas ligadas a ele naquele pa�s. Cunha nega ser dono das contas, que, segundo ele, s�o administradas por trustes, e afirma ser o “usufrutu�rio” dos ativos mantidos no exterior. O processo j� tramita h� cinco meses e aliados de Cunha s�o acusados de adotarem manobras protelat�rias que arrastam as investiga��es por todo este tempo, como apresenta��o de recursos que retardaram os trabalhos ou resultaram na retomada de fases das atividades do colegiado.
No mesmo hor�rio do depoimento de Baiano, um grupo de representantes do movimento Avaaz.com - uma plataforma online respons�vel por peti��es da comunidade relacionadas a quest�es pol�ticas – vai entregar ao conselho um documento com mais de 1,3 milh�o de assinaturas de apoio � perda de mandato do presidente da C�mara.
“Pedimos que o Conselho de �tica exer�a seu papel e acelere o quanto antes o processo contra Eduardo Cunha por quebra de decoro parlamentar. Acreditamos que voc�s dar�o voz � milhares de brasileiros que est�o indignados em terem como l�der da Casa do povo algu�m suspeito de estar envolvido com corrup��o”, destaca a peti��o.
Na quarta-feira (27), o conselho deve ouvir a �ltima testemunha arrolada pelo relator: o empres�rio Jo�o Henriques, que atuava como lobista do PMDB e disse, em dela��o premiada da Opera��o Lava Jato, que transferiu mais de US$ 1 milh�o para contas de Cunha no exterior. A partir da�, ser�o ouvidas as testemunhas indicadas pelo advogado do peemedebista, Marcelo Nobre.
Assessores do conselho informaram que todas as informa��es solicitadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os processos em andamento na Corte a respeito de Cunha foram entregues na tarde da �ltima sexta-feira (22). Os documentos s�o restritos ao conhecimento dos integrantes do colegiado. Marcos Rog�rio aguardava essas informa��es tanto para conduzir seu parecer quanto para decidir se acataria o pedido apresentado pelo deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG), para incluir a dela��o premiada de Ricardo Pernambuco J�nior, executivo da Carioca Engenharia, no processo. Pernambuco J�nior disse que pagou propina a Cunha no valor de R$ 52 milh�es, divididos em 36 presta��es, para que empresas acessassem recursos do Fundo de Investimento do FGTS.
OAB
Al�m do caso Cunha, o conselho tem recebido processos pedindo apura��o de condutas de parlamentares durante a vota��o do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no �ltimo dia 17, no plen�rio da C�mara. Uma das ocorr�ncias que mais ganharam destaque foi a desaven�a entre os deputados Jean Wyllys (PSOL-RJ) e Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Wyllys cuspiu no colega depois de Bolsonaro ter dedicado seu voto a favor do afastamento de Dilma e fez uma homenagem ao coronel Brilhante Ustra, ex-chefe-comandante do Destacamento de Opera��es Internas (DOI-Codi) de S�o Paulo no per�odo de 1970 a 1974, acusado de torturar diversas pessoas na ditadura militar, incluindo a presidenta.
O PSC Nacional j� anunciou que vai encaminhar, esta semana, uma representa��o contra o deputado Jean Wyllys, mas assessores explicaram que n�o esperam a cassa��o do parlamentar, apenas que seja adotada uma “medida did�tica”. Hoje (25), a se��o da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Rio de Janeiro, anunciou que vai entregar ao colegiado um pedido de cassa��o do mandato de Bolsonaro por quebra de decoro parlamentar.