O delegado da Pol�cia Federal, Igor Rom�rio de Paula, um dos respons�veis pelas investiga��es da Lava-Jato no Paran�, pediu na �ltima sexta-feira, ao juiz S�rgio Moro a transfer�ncia do casal de marqueteiros que atuou nas campanhas de Dilma Rousseff (2010 e 2014) e Lula (2006) Jo�o Santana e M�nica Moura, do ex-senador Gim Argello (PTB-DF) e do empres�rio do setor de transportes de Santo Andr�, Ronan Maria Pinto, para o Complexo M�dico Penal, em Curitiba.
Na solicita��o, o delegado afirma ainda que permanecem na Cust�dia da PF "somente os r�us colaboradores e aqueles que est�o em processo de tomada de depoimentos".
O pedido aguarda an�lise de Moro que, na semana passada, aceitou as duas den�ncias contra Jo�o Santana e M�nica Moura, acusados de receberem no Brasil e no exterior propina da Odebrecht relativa a contratos da Petrobras e da Sete Brasil e tamb�m do "setor de propinas" da empreiteira, que n�o tinha rela��o com a estatal petrol�fera.
J� Ronan Maria Pinto � investigado por suspeita de ter recebido parte do empr�stimo fraudulento de R$ 12 milh�es ao PT feito pelo banco Schahin em 2004 para evitar revelar detalhes sobre a morte do ex-prefeito de Santo Andr�, Celso Daniel.
O ex-senador Gim Argello, preso em abril, � investigado por suspeita de extorquir a UTC Engenharia e a OAS. Ele teria recebido ao menos R$ 5,3 milh�es para evitar a convoca��o de empreiteiros investigados na Lava Jato para depor perante Comiss�es Parlamentares de Inqu�rito (CPIs) no Congresso e no Senado em 2014. Tanto Ronan quanto Argello ainda est�o sob investiga��o e dever�o ser denunciados criminalmente pelo Minist�rio P�blico Federal.
Na primeira den�ncia contra Jo�o Santana e M�nica Moura, o casal e mais dez pessoas, entre elas o maior empreiteiro do Pa�s, Marcelo Bahia Odebrecht, e o ex-tesoureiro do PT Jo�o Vaccari Neto s�o acusados de organiza��o criminosa e lavagem de dinheiro no esquema de cartel e corrup��o na Petrobras. A a��o tem como foco os pagamentos para o marqueteiro do PT feitos pelo "setor profissional de propinas" da Odebrecht.
Segundo o Minist�rio P�blico Federal, Odebrecht tinha conhecimento do setor e inclusive teria atuado para desmont�-lo e proteger os funcion�rios das investiga��es.
Na den�ncia, o Minist�rio P�blico Federal aponta os repasses do setor de propinas para o casal de marqueteiros, que teria recebido US$ 6,4 milh�es no exterior de contas atribu�das � Odebrecht e R$ 23,5 milh�es no Brasil.
Na segunda den�ncia, a for�a-tarefa aponta propinas nos contratos da Petrobras com a empresa Keppel Fels e tamb�m nos contratos da Sete Brasil com o estaleiro da Keppel que teriam somado US$ 216 milh�es em propinas. No caso da Petrobras, foram apontadas propinas de 1% para a Diretoria de Servi�os da estatal que somaram R$ 30,4 milh�es nos contratos de constru��o das plataformas P-51, P-52, P-56 e P-58, em 2003, 2004, 2007 e 2009, respectivamente. Apesar de serem firmados com a Diretoria de Explora��o e Produ��o, segundo o MPF, os contratos envolveram pagamentos de propina � Diretoria de Servi�os, pela qual passavam todos os contratos da estatal e que era cota do PT.
Deste porcentual da propina, metade ia para a "casa", refer�ncia ao ent�o diretor Renato Duque e ao gerente Pedro Barusco, ambos presos e condenados na Lava Jato, e a outra metade para a o PT, via Jo�o Vaccari Neto. Nesta acusa��o, por�m, o Minist�rio P�blico Federal afirma que parte da propina devida ao PT foi descontada por meio de pagamentos � conta Shellbil, mantida por Jo�o Santana e M�nica Moura na Su��a e que s� veio a ser declarada ap�s a Lava-Jato.