O ministro relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, determinou nesta segunda-feira o envio para o juiz S�rgio Moro do termo da dela��o premiada do senador Delc�dio Amaral (sem partido - MS) sobre lavagem de dinheiro em uma opera��o irregular da Petrobras com a multinacional francesa Alstom nos �ltimos anos do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
De acordo com Delc�dio, a baiana OAS, tamb�m investigada na Lava-Jato, tinha interesse na compra da m�quina GT24, da Alstom, e articulou sua aquisi��o para atender a Refinaria Landulfo Alves durante um programa de racionamento de energia implementado no governo FHC. O equipamento j� havia apresentado defeito em outros pa�ses. O ent�o diretor da OAS, Carlos Laranjeira, teria dito a Delc�dio que a compra da m�quina era de interesse da empresa e que a construtora havia separado valores entre US$ 9 milh�es e US$ 10 milh�es para pagamento de propina a parlamentares do PFL baiano caso o procedimento fosse realizado.
O projeto para adquirir a GT24 teria nascido no Minist�rio de Minas e Energia, comandado na �poca por Rodolpho Tourinho. Falecido em maio de 2015, Tourinho era dos principais nomes do PFL e aliado de Ant�nio Carlos Magalh�es.
A opera��o teria sido autorizada pelo diretor da Petrobras na �poca, Henri Reichstul, com a participa��o de Nestor Cerver�, gerente da �rea internacional e que se tornaria diretor do setor. No acordo de dela��o, Cerver� afirmou que Delc�dio recebeu propina de contratos das empresas Alstom e GE quando ambos trabalhavam na Diretoria de G�s e Energia da Petrobras, em 2001. Em um dos acertos, afirmou o ex-diretor, a propina saiu de um contrato de US$ 500 milh�es de turbinas de ar.
Delc�dio foi preso preventivamente em 25 de novembro sob acusa��o de tramar contra a Opera��o Lava-Jato. O senador temia a dela��o premiada do ex-diretor e, segundo o Minist�rio P�blico Federal, tentou comprar o sil�ncio de Cerver�.