Dilma dever� usar passagem da Tocha Ol�mpica para fazer defesa de seu governo

Mesmo resignada e j� aceitando que o seu governo est� pr�ximo do fim por conta do processo de impeachment em andamento, a presidente Dilma Rousseff deve usar a cerim�nia da passagem da Tocha Ol�mpica nesta ter�a-feira, 03, para tentar passar a imagem de que o governo ainda "n�o jogou a toalha". A ideia de mostrar "que o jogo s� acaba quando termina", entretanto, tende a ser mais comedida, j� que o evento de car�ter internacional "engessa" a cerim�nia. Al�m de Dilma, devem discursar o presidente do Comit� Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman; o ministro do Esporte, Ricardo Leyser; e o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg.

A escolha do Rio como sede da Olimp�ada foi uma bandeira bastante usada pelo ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, que em sua gest�o conseguiu tamb�m concretizar a realiza��o da Copa do Mundo em 2014. Os dois eventos esportivos sempre foram defendidos pelo governo petista pelo "legado" que deixariam ao Pa�s.

Na semana passada, em entrevista � CNN Internacional, Dilma admitiu que ficar� "muito triste" se n�o estiver � frente da Presid�ncia durante os Jogos Ol�mpicos justamente pelo esfor�o que o governo empregou no evento. "Se isso acontecer, eu ficarei muito triste porque n�s fizemos um enorme esfor�o no esp�rito de parceria com o governo do Rio de Janeiro e nos engajamos num esfor�o no qual aprendemos muitas li��es da recente Copa do Mundo", disse. A presidente afirmou ainda que o evento deixar� "um legado na forma de melhoras urbanas para o Rio de Janeiro. Eu gostaria muito de participar das Olimp�adas porque eu ajudei a construir desde o primeiro dia a matriz de responsabilidade", disse � CNN Internacional.

Em 2009, quando o Rio conquistou o direito de sediar o evento - desbancando Madri, T�quio e Chicago - Lula participou da cerim�nia em Copenhague, na Dinamarca, com "uma delega��o de peso". Al�m do ex-jogador Pel�, o ex-presidente contou com a companhia, por exemplo, do ent�o presidente do Banco Central (BC) Henrique Meirelles, hoje cotado para assumir o Minist�rio da Fazenda em um eventual governo de Michel Temer.

Segundo interlocutores da presidente, nestas duas �ltimas semanas de governo - antes da vota��o do impeachment no Senado, que pode afast�-la por at� 180 dias - Dilma vai intensificar a agenda de eventos pelo Pa�s e tamb�m deve anunciar novas medidas - como a exemplo da corre��o da tabela do Imposto de Renda e reajuste do Bolsa Fam�lia, anunciados em evento por conta do Dia do Trabalho, no �ltimo domingo.

Evento

A previs�o � que a tocha chegue a Bras�lia por volta das 6 horas, mas desde �s 3 horas da madrugada, quando a aeronave ingressar no espa�o a�reo brasileiro, ela ser� monitorada pelo sistema de controle de tr�fego a�reo.

Dilma discursar� por volta das 10 horas, logo ap�s recepcionar o presidente do Comit� Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, que entrar� com a tocha por uma entrada lateral do Planalto, �s 8h50. Nuzman ir� at� a sala de Dilma e juntos os dois descer�o a rampa interna do Planalto para a cerim�nia.

Nuzman chegar� trazendo a chama ol�mpica em uma lanterna para acendimento da pira. Em seguida Dilma recebe das m�os do presidente do Comit� a tocha ol�mpica, que ser� entregue para a bicampe� ol�mpica Fabiana Claudino (v�lei) que descer� a rampa com a tocha acesa, dando in�cio ao revezamento. Neste momento, sete aeronaves da Esquadrilha da Fuma�a v�o sobrevoar a Esplanada dos Minist�rios.

Bras�lia foi escolhida para iniciar o revezamento da Tocha Ol�mpica, que vai durar 95 dias at� o dia de abertura do evento. A chama percorrer� 20 mil quil�metros por rodovias e 10 mil milhas a�reas. Segundo o governo, mais de 12 mil pessoas em 335 cidades ter�o a oportunidade de carregar o Fogo Ol�mpico.

A jornada da Chama come�ou no dia 21 de abril, em Ol�mpia, na Gr�cia, cidade-ber�o dos Jogos e termina em 5 de agosto, no Rio de Janeiro, no acendimento da Pira Ol�mpica, na Cerim�nia de Abertura da competi��o.