Presid�ncia da Rep�blica iniciada em 2011 deve trocar de m�os at� quinta

A presidente Dilma Rousseff (PT) inicia a semana com a expectativa de que at� o fim dela n�o esteja mais � frente do Pal�cio do Planalto. Cento e 10 dias depois de o pedido de impeachment contra ela ter come�ado a tramitar na C�mara dos Deputados, Dilma deve ser afastada at� a quinta-feira por at� 180 dias, per�odo em que corre seu processo e julgamento pelo Senado Federal. Assim como ocorreu com os deputados federais, os senadores provavelmente aprovar�, com folga, a admiss�o do processo por crime de responsabilidade contra ela, na sess�o marcada para quarta-feira, mas com previs�o de durar pelo menos 20 horas.

A petista disse no s�bado que o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), que assumir� no caso de seu afastamento, vai tentar acabar com os programas sociais. Apesar do tom de despedida no discurso, ela afirmou que vai resistir at� o fim. Na sexta-feira, ao visitar o sert�o pernambucano, Dilma garantiu que n�o vai renunciar ao cargo, mesmo que o pedido de impeachment seja aceito pelo Senado. A petista afirmou que n�o seria ela a sujeira a ser “colocada debaixo do tapete”. “Vou ficar brigando porque sou a prova da injusti�a”.

A comiss�o especial do Senado aprovou o parecer do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) pela aceita��o da den�ncia na sexta-feira com um placar de 15 votos a 5. No plen�rio, basta que a maioria simples, estando presentes pelo menos 41 dos 81 senadores, acate o relat�rio para que Dilma seja afastada temporariamente. Levantamentos divulgados d�o conta de que pelo menos 50 senadores seriam favor�veis ao impeachment.

A sess�o marcada para quarta-feira, que conclui a fase de admissibilidade do processo, pode durar cerca de 20 horas e se estender at� quinta, quando ocorre de fato a vota��o. Ainda n�o se sabe se vai haver 30 minutos para uma exposi��o da acusa��o e 30 minutos para a defesa de Dilma. Depois disso, cada um dos senadores, exceto o presidente da Casa, Renan Calheiros, ter� 15 minutos para discursar. Em seguida, ser� a vez dos l�deres dos 17 partidos com assento no Senado usarem a palavra para orientar o voto de suas respectivas bancadas. Depois que o plen�rio votar, ser� instaurado o processo de impeachment contra Dilma e, a partir da�, ocorre a instru��o para julgamento.

MARATONA

Na C�mara dos Deputados foram tr�s dias at� que a admissibilidade do impeachment fosse aceita com 367 votos favor�veis e 137 contr�rios. Os debates come�aram na sexta-feira pela manh�, com as falas da acusa��o e da defesa, e se prolongaram por 43 horas. Depois de confirmada a aceita��o da den�ncia pelo Senado, Dilma ter� 20 dias para apresentar a defesa. O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, assumir� a condu��o dos trabalhos. Nesta etapa s�o feitos os interrogat�rios e apresentadas as provas. A presidente Dilma pode optar por ser ouvida pelos senadores ou n�o.

Por�m, antes de decidir o futuro da presidente, os senadores dever�o se debru�ar sobre outra quest�o relevante hoje: a cassa��o do mandato do senador Delc�dio do Amaral. A Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) do Senado dever� aprovar o parecer do Conselho de �tica da Casa que recomenda a perda do mandato por quebra de decoro parlamentar, atestando a constitucionalidade do processo. Com isso, o plen�rio poder� votar, amanh�, se cassa o senador, que foi flagrado em conversa com o filho do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerver�, oferecendo propina e um plano de fuga para que Cerver� n�o firmasse acordo de dela��o com o Minist�rio P�blico na Lava-Jato.

PEDALADA

A presidente passou o Dia das M�es em Porto Alegre, onde andou de bicicleta ontem de manh�. Depois, recebeu homenagem de 50 simpatizantes que se reuniam em frente ao pr�dio onde ela estava. Dilma deve acompanhar a vota��o no Senado em jantar organizado pelo ex-presidente Lula. Se o afastamento for confirmado apenas na manh� de quinta-feira, Dilma ser� notificada a deixar o Pal�cio do Planalto na sexta.