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Estado de Minas

Autor da anula��o do impeachment tem biografia controversa

Controverso, Waldir Maranh�o havia avisado que surpreenderia o pa�s ao defender seu lugar no comando da C�mara. Agradou a petistas, mas � alvo da ira da oposi��o, que quer sua cassa��o


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postado em 10/05/2016 06:00 / atualizado em 10/05/2016 07:37

Waldir Maranhão fez um pronunciamento após o Senado prosseguir com o rito do processo de impeachment contra a presidente Dilma(foto: J. Batista/Câmara dos Deputados)
Waldir Maranh�o fez um pronunciamento ap�s o Senado prosseguir com o rito do processo de impeachment contra a presidente Dilma (foto: J. Batista/C�mara dos Deputados)

Dono de uma biografia controversa, Waldir Maranh�o (PP-MA) –  primeiro-vice-presidente da C�mara dos Deputados e hoje presidente interino da Casa  – cumpriu com o que prometeu na �ltima semana ao anular as sess�es nas quais se admitiu o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). “Voc�s v�o se surpreender comigo”, disse, ao defender sua perman�ncia no comando da C�mara.

Aliado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – principal articulador do processo contra Dilma –, ele se aproximou do governo tr�s dias antes da vota��o do impedimento. A moeda de troca foi a garantia de apoio para a disputa de uma vaga para o Senado em 2018, acordo costurado com o governador do Maranh�o, Fl�vio Dino (PCdoB-MA), da base de apoio do governo.

Mudou de lado, agradou petistas, mas enfrenta agora a ira dos partidos de oposi��o. Nessa segunda-feira (10), pelo menos seis deles – PPS, Solidariedade (SD), PMDB, PSDB, DEM e PSC – subscreveram uma representa��o junto ao Conselho de �tica da Casa para pedir a cassa��o do mandato de Maranh�o.

Ele assumiu a cadeira de Eduardo Cunha, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pelo afastamento do peemedebista da presid�ncia da Casa e tamb�m a suspens�o de seu mandato, em raz�o de inqu�rito da Opera��o Lava-Jato, no qual � acusado do recebimento de propina, fruto de contratos com a Petrobras.

Para tirar Maranh�o da cadeira, a alega��o � que o presidente interino quebrou o decoro parlamentar ao cometer abuso de autoridade, quando anulou as sess�es da C�mara. “A decis�o dele foi ilegal e ileg�tima, pois confronta a posi��o de 367 deputados (que votaram a favor do impeachment)”, afirmou Arthur Maia (PPS-BA).

Para o deputado baiano, o ato de Maranh�o � “algo muito grave”. “Ele n�o pode, buscando motivos pessoal e pol�tico, tomar uma decis�o dessas.” Articulador de uma investiga��o contra o colega, Maia disse que espera recolher mais assinaturas contra o presidente.

BIGODE
A decis�o de Waldir Maranh�o, que caiu como uma bomba em Bras�lia, provocou ira, mas tamb�m fez com que ele invadisse as redes sociais, retratado especialmente pelo seu marcante bigode, que n�o esconde o tonalizante para disfar�ar os fios brancos. Ele foi ovacionado com o novo emoticon do Facebook, uma florzinha roxa que significa gratid�o. V�rias fotos dele foram cobertas por elas. Tamb�m frases e cartazes fizeram men��o a ele. Uma das que viralizaram na rede trazia um cora��o seguido de um bigode, no estilo da inscri��o: “I love NY”.

Nessa segunda-feira (10), Maranh�o teve flores de um lado, mas tamb�m foi surpreendido com a decis�o de um grupo de deputados do PP que acionou a Executiva da legenda para pedir sua imediata expuls�o. Com isso, o partido deve tamb�m pedir o afastamento de Maranh�o da presid�ncia da C�mara, j� que a vaga de vice � de indica��o do PP.

O argumento � que ele j� havia contrariado a decis�o do partido de fechar a quest�o a favor do impeachment e, agora, voltou a confrontar o partido: “Ele � um incapaz e vamos ainda hoje pedir a expuls�o dele do partido. Tem que saber como foi essa articula��o, que � criminosa. Ele n�o tem nenhuma capacidade mental de um golpe dessa envergadura. Precisa apurar quem mais est� envolvido nesse golpe”, afirmou o deputado J�lio Lopes (PP-RJ).

CONFUSO De surpresa em surpresa, Maranh�o tem imprimido sua marca. Antes aliado de Cunha, ele surpreendeu ao dizer “n�o ao impeachment”. “Fechamos quest�o: vamos defender a nossa presidente, vamos defender o Brasil e salvar realmente o Maranh�o. O Maranh�o n�o merece o retrocesso, o nosso governador Fl�vio Dino tem sido o baluarte contra o impeachment, fundamentado nos princ�pios constitucionais e pol�ticos”, disse o deputado ao votar.

No entanto, no dia do afastamento de Cunha pela STF, como substituto natural do peemedebista, n�o gostou do comportamento dos deputados que comemoravam a decis�o da Corte e se revezavam ao microfone em discursos inflamados. E encerrou os trabalhos sem qualquer justificativa. A atitude causou revolta e fez com que a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), quarta suplente de secretaria da mesa diretora, assumisse a cadeira vaga. Erundina manteve a fala dos colegas, mas, em retalia��o, Maranh�o determinou que a TV C�mara interrompesse a transmiss�o.

VITRINE Mas, com a inc�moda lembran�a de que, assim como Eduardo Cunha, ele � investigado na Lava-Jato, Waldir Maranh�o come�ou a levar pedradas de todo lado. Seu algoz, assim como o de Cunha, foi o doleiro Alberto Youssef – um dos operadores do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras. De acordo com o doleiro, Maranh�o recebeu R$ 50 mil mensais durante um ano.

O presidente interino da C�mara tem 61 anos,  � m�dico veterin�rio e est� em seu terceiro mandato consecutivo. Se filiou ao PP em 2007, mas, antes, passou pelo PDT, PSB e PTB. No seu primeiro mandato, assumiu o cargo de secret�rio de Ci�ncia e Tecnologia do seu estado, durante o governo de Roseana Sarney (PMDB), entre maio de 2009 e abril de 2010, o que o obrigou a se licenciar da C�mara. (Com ag�ncias)


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