(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Classe art�stica reage ao fechamento do Minist�rio da Cultura


postado em 13/05/2016 12:19 / atualizado em 13/05/2016 12:38

S�o Paulo - Apesar da promessa do novo ministro Mendon�a Filho (DEM) de que n�o haver� uma "gest�o de choque", a classe art�stica recebeu com pesar a not�cia oficial da extin��o do Minist�rio da Cultura, agora unido � Pasta da Educa��o.

"N�o h� risco de descontinuidade, de interrup��o nem de censura", disse o ministro na quinta-feira, 12, ao ser questionado sobre a jun��o dos dois minist�rios no governo Michel Temer.

Criado por um decreto de Jos� Sarney em 1985, o MinC era um s�mbolo marcante da redemocratiza��o, de acordo com Juca Ferreira, ministro do governo Dilma.

Veja algumas das rea��es de artistas � extin��o do MinC:

Paulo Ricardo (m�sico e vocalista do RPM):


"Independente dos desdobramentos, acho fundamental o corte nesse n�mero absurdo de minist�rios. Na minha opini�o, o incha�o da m�quina � um dos maiores desafios que temos que enfrentar. H� uma simbiose intr�nseca entre Educa��o e Cultura. Se bem administrado, a fus�o pode funcionar. Mas, a princ�pio, sou a favor e estou otimista."

Lob�o (m�sico):


"Uma maravilha! O MinC sempre foi uma excresc�ncia! Muito feliz pela fus�o e pelo nome de Mendon�a Filho no MEC!"

Jo�o Barone (baterista do Paralamas do Sucesso):

"O Brasil, infelizmente, tem essa condi��o terr�vel de precisar desse insumos governamentais para a cultura. E, na verdade, a educa��o � que precisa muito mais do que al�m dessa merreca que acabam dando para a cultura. Se pararmos para analisar, a educa��o precisa de mais insumos, mesmo. A gente viveu durante esse per�odo de vacas gordas uma certa ilus�o de que a cultura seria levada a um outro patamar. Acho que fica todo mundo com p� atr�s de que essas pequenas conquistas sejam melindradas com essa nova realidade. Espero que as discuss�es continuem e os avan�os que foram feitos na cultura sejam mantidos."

Dado Villa-Lobos (guitarrista da Legi�o Urbana):

"Voltamos a viver como a 30 anos atr�s. E a cada hora que passa envelhecemos dez semanas."

Danilo Santos de Miranda (diretor regional do Sesc S�o Paulo):


"Lamento muito a fus�o dos dois minist�rios. S�o l�gicas diferentes. Um gestor de uma �rea para lidar com todos os temas dos dois minist�rios tem de ser m�ltiplo, pois a pol�tica que ordena a educa��o n�o � a mesma que ordena a cultura, que lida com um lado mais espont�neo, transgressor".

Lu�s Terepins (presidente da Bienal de S�o Paulo):

"Acho que ter s� um minist�rio pode garantir um status melhor, mas tudo vai depender do ministro, de como ser�o alocados os recursos. N�o tem mesmo muito sentido manter v�rios minist�rios".

Heitor Martins (presidente do Masp):

"Ainda n�o tenho claro para mim, mas o Minist�rio da Cultura teve um papel importante no resgate da Bienal durante o per�odo 2009/2010.Pode funcionar dos dois jeitos, porque alguns pa�ses europeus adotam esse modelo de fus�o. De qualquer modo, n�o � mesmo necess�rio ter tantos minist�rios".

Eduardo Saron (diretor do Ita� Cultural):


"Se a fus�o contribuir para o incremento dos recursos da Cultura, cujo or�amento � equivalente ao de 2008, acho positivo. � preciso encontrar um ponto de equil�brio, pois a Educa��o sempre teve recursos mais expressivos. Nossos governantes t�m de considerar que a cultura precisa se tornar central nas pol�ticas p�blicas".

Paulo Pasta (pintor):

"Quando se tira a autonomia das duas �reas, � uma prova do descaso do governo com a educa��o e a cultura. � uma regress�o, um atraso, que remete � pol�tica do regime militar."

Milton Hatoum (escritor):

"O fim do MinC e do McT e a nomea��o de pol�ticos irrelevantes � frente desses e de outros minist�rios n�o me surpreendem. Cultura, educa��o e pesquisa cient�fica foram rebaixados. A pantomima continua. Numa cr�nica de 1949, Rubem Braga escreveu: 'Nossa vida pol�tica �, em seu jogo di�rio, de um n�vel mental espantosamente med�ocre. Mental... e moral. H� uma cansativa tristeza, um t�dio infinito nesse joguinho mi�do de combina��o atrav�s das quais se resolve o destino da p�tria'."

Elias Thom� Saliba (historiador):

"Vejo tal medida - como muitas outras que j� estavam em curso nos �ltimos dois anos -com perplexidade. Se isto se concretizar na interrup��o de projetos culturais em andamento, ser� lament�vel. Na hist�ria brasileira, talvez desde Gustavo Capanema, todas as vezes que um governo minimizou a cultura por raz�es or�ament�rias obscureceu as mentes mais criativas e s� aprofundou a crise."

Paulo Werneck (curador da Festa Liter�ria Internacional de Paraty (FLIP)):

"A fus�o � mais um sinal do encurtamento de horizontes do Pa�s. Vai na contram�o de uma tend�ncia internacional de valoriza��o da cultura como pol�tica de Estado. A It�lia aumentou em 27% o or�amento para a cultura neste ano, com um bilh�o de euros s� para o patrim�nio hist�rico. No ano passado, Portugal recriou o seu Minist�rio da Cultura e o M�xico elevou a Conaculta, maior fomentadora de cultura do pa�s, ao status de minist�rio. O consolo � pensar que, neste governo, a manuten��o do minist�rio significaria apenas mais um cargo � espera de um bispo da Igreja Universal, como aconteceu com a Ci�ncia e Tecnologia."

Ign�cio de Loyola Brand�o (escritor):

"Come�ou mal o per�odo interino do vice-presidente. De cara, desaparece o Minc, sem que se saiba como ser�. Na verdade, governos jamais ligaram muito para a cultura. Nunca esperei nada de governos, de modo que para mim o que era ruim, ruim fica. Um projetinho aqui, um programinha ali, e pronto. Se algu�m souber quando houve uma pol�tica cultural merece o pr�mio Nobel ou a mega sena. Nenhuma surpresa. Que o vice poeta tenha piedade."

Ricardo L�sias (escritor):

"N�o sei como os artistas que apoiaram o golpe n�o morrem de vergonha!"

Humberto Werneck (jornalista e escritor):

"� um retrocesso absurdo fazer com que a Cultura volte a ser um ap�ndice da pasta da Educa��o. Desconfio que o governo provis�rio esteja apenas jogando para a torcida mais desinformada, ou seja, querendo faturar em cima de um corte que seria n�o nas verbas, mas apenas no n�mero de minist�rios. Se n�o for isso, pior ainda - pode-se imaginar que o or�amento da Cultura, j� insuficiente, agora, com a pasta reduzida a ap�ndice, vai ficar ainda menor."

Lu�s Antonio Torelli (presidente da C�mara Brasileira do Livro):

"A C�mara Brasileira do Livro est� atenta a todos os passos para a supera��o da crise brasileira e continuar� a cobrar robustas pol�ticas para a Cultura e para a Educa��o, em especial para o livro e a leitura."

Laura Erber (escritora, artista pl�stica e editora):

"A anunciada incorpora��o do Minist�rio da Cultura pelo Minist�rio da Educa��o deve ser recebida com perplexidade. A mensagem � bastante clara e sinaliza que, para o governo interino, cultura � algo sup�rfluo e sujeita a todo tipo de achatamento e descarte. Significa que entramos novamente em um per�odo de obscurantismo cultural no que diz respeito �s a��es do Estado, como foi a era Collor que devastou diversos setores art�sticos do Pa�s e deixou as institui��es art�sticas �rf�s por muitos anos. Com todas as cr�ticas que possamos fazer �s pol�ticas p�blicas para as artes do governo PT, ele teve certamente o grande m�rito de assumir suas responsabilidades na �rea cultural, desencadeando debates cruciais, que ressignificaram e mudaram a compreens�o das a��es estatais no campo da cultura. Vejo essa fus�o de minist�rios como a interrup��o de um processo fundamental de democratiza��o da cultura que precisava amadurecer para rever os modelos de incentivo fiscal e as estrat�gias de descentraliza��o."

Abrelivros, emitido por seu Presidente, o Sr. Antonio Luiz Rios:


"Entendemos que qualquer avalia��o neste momento deva ter como refer�ncia a grave crise econ�mica que vivemos e a perspectiva de constru��o dos caminhos para a sua supera��o. A uni�o dos minist�rios da Cultura e da Educa��o deve ser vista nesse contexto. � claro que, para que as duas �reas sejam plenamente contempladas, apesar da escassez de recursos, � preciso que se estabele�a uma cultura de fus�o, em contraposi��o � de incorpora��o: nem a cultura pode estar subjugada � educa��o, nem a educa��o � cultura. Essa fus�o, caso ocorra de fato e n�o apenas formal e burocraticamente, pode encerrar um potencial muito positivo para as pol�ticas p�blicas no Pa�s, ao tratar educa��o e cultura de forma integrada, sem as compartimenta��es usuais, em geral for�adas. Do ponto de vista das pol�ticas de incentivo � leitura e de livros, podemos ter efeitos bem positivos."

Odilon Wagner (ator):

"Sob o guarda chuva da cultura encontram-se todas as �reas da economia criativa, s�o setores produtivos, que geram emprego, renda, conhecimento e cidadania. N�o se trata de ideais partid�rios. Os partidos mudam, entram ministros, saem ministros, mas devemos lutar por pol�ticas p�blicas de estado, que sejam permanentes no Minist�rio da Cultura. Conquistamos h� quase 30 anos o direito a um Minist�rio que pense exclusivamente a vasta e pujante cultura nacional. Ele n�o foi criado para acomodar "amigos e aliados pol�ticos". N�O � JUN��O COM A EDUCA��O!"

Ruy Cortez (diretor teatral e produtor):


"A fus�o dos minist�rios � um enorme retrocesso, reflexo de um projeto neoliberal que n�o reconhece a centralidade e a magnitude que a cultura deve ocupar no processo de transforma��o do pa�s. Esse projeto neoliberal que come�a a ser implantado est� superado internacionalmente e o Brasil, que ocupava at� ontem uma posi��o de "avant-garde" em assuntos de pol�tica cultural internacional, n�o pode aceitar esse retrocesso."


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)