
Com pressa, Maranh�o atravessou o Sal�o Verde da C�mara escoltado por seguran�as e, como de costume, tentou evitar o contato com os jornalistas. Economizando palavras, o substituto do presidente afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) alegou apenas que "� preciso administrar o Pa�s".
Maranh�o vem sendo pressionado por l�deres partid�rios a abdicar da presid�ncia. DEM, PSDB e PPS avaliam que o pepista n�o tem condi��es de presidir a Casa, principalmente ap�s a tentativa de anular a vota��o do impeachment da presidente Dilma Rousseff, afastada ontem pelo Senado. Na quinta-feira, 12, Maranh�o ignorou o ultimato dado pelas siglas para anunciar sua ren�ncia. Agora, os partidos buscam alternativas para destitu�-lo.
"Rainha da Inglaterra"
Os partidos do chamado "centr�o" (PTB, PSD, PR) passaram a discutir a possibilidade de aceitar a perman�ncia de Maranh�o na presid�ncia, desde que os membros da Mesa Diretora conduzissem os trabalhos, deixando-o "reinando", mas sem poder de "governar". Assim, o pepista seguiria na fun��o, mas sob orienta��o principalmente de Mansur. As sess�es plen�rias seriam presididas por Mansur e a pauta de vota��es coordenada pelos l�deres.
Al�m de n�o criar problemas para o presidente em exerc�cio Michel Temer, a avalia��o � que a proposta dos partidos do "centr�o" tem por tr�s o presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que tentaria assim manter o controle sobre os rumos da C�mara. PSDB, PPS e DEM recha�am a proposta. Os partidos que apoiavam o governo Dilma afirmam que n�o aceitar�o qualquer tentativa de destitui��o do pepista que n�o seja pela via da cassa��o de Cunha. Com o peemedebista cassado, seria poss�vel fazer uma elei��o imediata para a presid�ncia da C�mara.
Preocupado com a tens�o pol�tica na C�mara e o comprometimento da vota��o de mat�rias importantes para o in�cio de governo do PMDB, o novo ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, pretende procurar os l�deres partid�rios para negociar uma tr�gua de 15 dias na press�o pela ren�ncia do presidente interino da C�mara. Em conversas com l�deres da nova base aliada do governo, o presidente da Rep�blica em exerc�cio pediu uma solu��o r�pida para a situa��o de Maranh�o e manifestou o desejo de que a normalidade na C�mara seja restabelecida.
Press�o
O DEM demonstra pouca disposi��o em aceitar Maranh�o no cargo. A insatisfa��o cresceu ap�s o segundo-vice-presidente da C�mara, Fernando Giacobo (PR-PR), n�o aparecer na quinta-feira para despachar ao Conselho de �tica o pedido de abertura de processo por quebra de decoro parlamentar.
Maranh�o � acusado de abusar das prerrogativas de membro do Congresso Nacional ao assinar a anula��o da vota��o do impeachment da presidente Dilma Rousseff na C�mara. Giacobo n�o deu sinais de que pretende assinar a representa��o, que vinha sendo usada como forma de press�o sobre Maranh�o.
Em retalia��o, o l�der do DEM, Pauderney Avelino (AM) avisou que j� tem preparada a quest�o de ordem que ser� apresentada em plen�rio na pr�xima ter�a-feira, 17, e a consulta � Comiss�o de Constitui��o e Justi�a para declarar a presid�ncia da C�mara vaga. Com o impasse, Maranh�o ganha sobrevida at� a pr�xima semana.