As revela��es sobre a den�ncia de Janot foram divulgadas pelo Jornal Nacional da TV Globo nesta quarta-feira, 18.
Na acusa��o, o procurador conclui que Lula "impediu e/ou embara�ou investiga��o criminal que envolve organiza��o criminosa, ocupando papel central, determinando e dirigindo a atividade criminosa praticada por Delc�dio do Amaral, Andr� Santos Esteves, Edson de Siqueira Ribeiro, Diogo Ferreira Rodrigues, Jos� Carlos Bumlai".
O Jornal Nacional teve acesso � �ntegra da den�ncia da Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) contra o ex-presidente, acusado de obstru��o � Justi�a no epis�dio da opera��o envolvendo Cerver�. Delc�dio foi preso em flagrante no dia 25 de novembro de 2015 ap�s ser pego em escuta negociando fuga e uma ajuda de custo para a fam�lia do ex-diretor da Petrobras.
Em nota, o Instituto Lula informou que o ex-presidente "jamais" tentou interferir na conduta de Cerver� ou em qualquer outro assunto relacionado � Opera��o Lava-Jato. Segundo o JN, a Procuradoria-Geral da Rep�blica partiu das dela��es de Delc�dio e de seu ex-chefe de gabinete, Diogo Ferreira, para buscar provas materiais, como extratos banc�rios, telef�nicos, passagens a�reas e di�rias de hot�is.
A conclus�o da procuradoria � de que eles se juntaram ao ex-presidente Lula, a Bumlai, ao filho do pecuarista, Mauricio Bumlai, e atuaram para comprar por R$ 250 mil o sil�ncio do ex-diretor da Petrobras.
Segundo a den�ncia, o primeiro pagamento, de R$ 50 mil, foi feito por Delc�dio em maio do ano passado. Ele teria recebido o dinheiro de Mauricio Bumlai num almo�o. A quebra de sigilo mostra que Mauricio Bumlai fez dois saques de R$ 25 mil dias antes.
A opera��o, de acordo com a Procuradoria, foi feita numa ag�ncia banc�ria da Rua Tutoia, em S�o Paulo, onde teria ocorrido o repasse dos valores a Delc�dio.
A den�ncia diz que Diogo Ferreira fez os pagamentos que restavam em outras quatro datas entre junho e setembro do ano passado, sempre recebendo o dinheiro sacado por Bumlai na ag�ncia da Rua Tutoia, conforme os extratos banc�rios.
A Lava Jato quebrou o sigilo de e-mails do Instituto Lula e apontou que Lula se reuniu com Delc�dio cinco vezes entre abril e agosto do ano passado, ou seja, antes e durante as tratativas e os pagamentos pelo sil�ncio de Cerver�. Uma das reuni�es foi no Instituto Lula, em 8 de maio, dias antes de Delcidio fazer o primeiro pagamento, segundo a den�ncia revelada pelo JN.
Delc�dio afirmou em dela��o premiada que, no encontro, o ex-presidente expressou "grande preocupa��o" de que Bumlai pudesse ser preso por causa de dela��es na Lava Jato e que o amigo pecuarista precisava ser ajudado. Segundo o ex-parlamentar, a inten��o era evitar que viessem � tona fatos supostamente il�citos envolvendo ele mesmo, Bumlai e Lula.
Ainda de acordo com a reportagem, Janot tamb�m aponta como provas telefonemas entre Lula e Jos� Carlos Bumlai, como em 7 de abril, um m�s antes dos pagamentos, ocasi�o em que o ex-presidente e o pecuarista se falaram quatro vezes. Em 23 de maio - um dia depois do primeiro pagamento - Lula telefonou para Bumlai e, neste dia, conversaram duas vezes.
A defesa
Em nota, o Instituto Lula declarou que o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva j� esclareceu em depoimento prestado � Procuradoria Geral da Rep�blica que jamais conversou com o ex-senador Delc�dio do Amaral com o objetivo de interferir na conduta do condenado Nestor Cerver� ou em qualquer outro assunto relativo � Opera��o Lava Jato.
A defesa de Jos� Carlos Bumlai negou as acusa��es e afirmou que ele nunca pagou qualquer valor a Cerver�. A defesa declarou que o ex-senador Delc�dio do Amaral est� vendendo informa��es falsas em troca de sua liberdade.
Os advogados de Maur�cio Bumlai informaram que s� comentar�o o caso depois de terem acesso � den�ncia inteira.
A defesa de Diogo Ferreira confirmou os pagamentos, mas disse que foram feitos a mando do ex-senador Delc�dio do Amaral.
O advogado de Edson Ribeiro declarou que seu cliente sequer conhece Lula e Bumlai e voltou a afirmar que Ribeiro jamais participou de qualquer ato de obstru��o � Justi�a.
A defesa de Andr� Esteves declarou que seu cliente n�o cometeu nenhuma irregularidade. O Jornal Nacional n�o obteve resposta dos advogados de Delc�dio do Amaral.