
Foi a terceira tentativa frustrada de come�ar a an�lise do parecer. Com o cancelamento, a leitura do documento, de autoria do deputado Arthur Lira (PP-AL), foi adiada para pr�xima ter�a-feira, dia 14.
Em mais uma manobra regimental para atrasar a an�lise do parecer, advers�rios de Cunha contribu�ram para o cancelamento da sess�o ao n�o registrarem presen�a. Por volta das 10h36, quando o adiamento foi anunciado, somente 16 integrantes da CCJ tinham registrado presen�a - eram necess�rias a presen�a de pelo menos 34 deputados para que a sess�o fosse aberta. A estrat�gia dos opositores do peemedebista � n�o votar o parecer na comiss�o at� a an�lise da cassa��o de Cunha no plen�rio.
Em seu parecer, Arthur Lira, que � aliado de Eduardo Cunha, recomendou que o plen�rio deve deliberar sobre um projeto de Resolu��o, e n�o o parecer do relator. Decidiu tamb�m que cabem emendas a esse projeto e que elas n�o podem ser prejudiciais ao representado. Al�m disso, recomendou ainda que o projeto dever� ser arquivado, com consequente absolvi��o do parlamentar processado, caso o projeto seja rejeitado pelo plen�rio.
A estrat�gia de advers�rios do presidente afastado da C�mara � continuar tentando adiar a an�lise do parecer de Arthur Lira o m�ximo que puderem. Caso n�o consigam impedir novamente a leitura do documento na pr�xima ter�a-feira, os opositores do peemedebista j� anunciaram que v�o pedir vistas do parecer, o que adiar� a vota��o em mais duas sess�es. A ideia deles � conseguir derrotar o documento de Lira e tentar aprovar o voto em separado apresentado pelos deputados do PSOL.
Alternativa
O voto em separado j� foi protocolado pelos deputados do PSOL Chico Alencar (RJ) e Ivan Valente (SP). No parecer, eles recomendam que o plen�rio s� dever� votar um projeto de Resolu��o com o resultado final do Conselho de �tica se a pena aprovada pelo colegiado for a suspens�o das prerrogativas.
Em caso de suspens�o ou cassa��o do mandato, recomendam que o plen�rio ficar� "livre para votar o pedido original da representa��o", caso rejeite o projeto de Resolu��o.
Em outro ponto do voto, Chico Alencar e Ivan Valente recomendam que n�o cabem emendas ao projeto de Resolu��o que ser� votado pelo plen�rio da C�mara. No parecer, os deputados do PSOL recomendam ainda que o processo contra o parlamentar s� dever� ser arquivado, ap�s o projeto de Resolu��o ser rejeitado, caso a puni��o votada seja apenas a suspens�o de prerrogativas.
Se a pena votada for suspens�o ou cassa��o definitiva do mandato, o "plen�rio � livre e soberano para optar por uma ou outra dessas san��es". "Ou seja, caso rejeitado o projeto de Resolu��o, vota-se o pedido original da representa��o".
Manobras
Na quarta-feira, 8, em uma manobra, tamb�m regimental, para tentar garantir a aprova��o do parecer de Arthur Lira, o PR mudou seus representantes na CCJ. Os titulares Jorginho Mello (PR-SC) e Paulo Freire (PR-SP) deixaram as titularidades e foram para a supl�ncia.
J� os suplentes Laerte Bessa (PR-DF) e Wellington Roberto (PR-PB) passaram a ocupar as vagas de titulares. Bessa e Wellington s�o membros do conselho e integram a tropa de choque de Cunha.
Nesta quinta-feira, em mais um movimento para barrar as articula��es de Cunha na CCJ, o PSB tamb�m realizou uma mudan�a entre os seus integrantes na comiss�o. O partido indicou o deputado Hugo Leal (RJ) como membro titular na vaga do deputado Jo�o Fernando Coutinho (PE). A legenda, que � a favor da cassa��o de Cunha, temia que Coutinho, que est� em miss�o oficial, n�o conseguisse votar, abrindo espa�o para algum suplente aliado de Cunha votar em seu lugar na CCJ.