
Ao mesmo tempo em que espera o pr�prio julgamento na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal para saber se ser� r�u na Lava-Jato, o deputado Nelson Meurer (PP-PR) ter� amanh� a miss�o de votar em favor do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no Conselho de �tica da C�mara. Ele � um dos mais novos integrantes do colegiado, colocado ali para refor�ar o time pr�-Cunha e tentar aprovar o voto do deputado Jo�o Carlos Bacelar (PR-BA), que prev� a suspens�o de Cunha por tr�s meses — penalidade que o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) apelidou de “licen�a-pr�mio”.
Meurer � um dos primeiros denunciados dentro do esquema da Lava-Jato, acusado de receber propina em 99 parcelas de R$ 300 mil. Os advers�rios de Cunha, entretanto, n�o pretendem ingressar com qualquer a��o contra o fato de Meurer integrar o Conselho de �tica. “Seria trocar seis por meia d�zia. Obviamente, ele ou o partido deveriam revelar algum constrangimento, mas n�o deve alterar o resultado. Cunha continua tendo 10 votos”, afirma Alencar.
A esperan�a dos advers�rios de Cunha e daqueles que terminaram se afastando dele � a de que o surgimento de novas informa��es a respeito do envolvimento do peemedebista termine por virar votos em favor da cassa��o, conforme pedido no voto do relator, deputado Marcos Rog�rio (DEM-RO). Al�m de Bacelar e Meurer, s�o votos a favor de Cunha os deputados Laerte Bessa (PR-DF), Mauro Lopes (PMDB-MG), Washington Reis (PMDB-RJ), Alberto Filho (PMDB-MA), Andr� Fufuca (PP-MA), Wellington Roberto (PR-PB), Wladimir Costa (SD-PA) — que est� com os bens indispon�veis por causa da A��o Penal 528, a que responde no Supremo Tribunal Federal por peculato — e S�rgio Moraes PTB-RS), que ficou famoso por dizer que “estava se lixando” para a opini�o p�blica.
A perspectiva desses deputados mudarem o voto, entretanto, � zero. “Eu voto pela suspens�o porque considero a pena adequada em rela��o ao delito”, afirmou o deputado Fufuca, ao Correio Braziliense. At� abril, ele era um dos clientes de Daniele, filha de Cunha, que prestava consultoria aos pol�ticos e tamb�m teve o nome vinculado �s contas na Su��a. Bessa, na �ltima quinta-feira, foi perguntado se mudaria o voto pelo fato de agora Cl�udia Cruz ser r� no processo. Respondeu assim: “N�o posso criar um factoide que venha a sair do que est� proposto”.
Com esse time de fi�is, Eduardo Cunha precisa apenas de mais um voto para garantir uma maioria. E � a� que entra Tia Eron, do PRB da Bahia. A partir de hoje, ela volta a ser assediada por todos os interessados nesse assunto.