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Estado de Minas

Cr�tica da "cota de um", Luislinda Valois � a �nica negra no escal�o de Temer

Nomeada como secret�ria especial de Igualdade Racial, a desembargadora aposentada criou a express�o para definir a presen�a de apenas um negro em cada espa�o de poder


postado em 13/06/2016 19:43 / atualizado em 13/06/2016 20:12

Nomeada nesta segunda-feira, como secret�ria especial de Igualdade Racial, a desembargadora aposentada Luislinda Valois � uma cr�tica da “cota de um”, express�o que usa para definir a presen�a de apenas um negro em cada espa�o de poder. Por�m, a baiana, primeira mulher negra a se tornar ju�za no Brasil, � justamente a �nica representante negra no escal�o do presidente em exerc�cio, Michel Temer.

Luislinda � natural de Salvador, tem 74 anos e foi a primeira magistrada do Pa�s a proferir uma senten�a com base na lei do crime racial, quatro anos depois de ela entrar em vigor, em 1989. Em 1993, ela condenou uma rede de supermercados a indenizar uma empregada dom�stica acusada injustamente de ter roubado um frango e um sabonete das prateleiras. H� quatro anos, recebeu o t�tulo de embaixadora da paz da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU).

“� s� um negro desembargador na Bahia, � s� um negro no Minist�rio P�blico do Sergipe, � s� um negro no Supremo Tribunal Federal, � s� um no Superior Tribunal de Justi�a, � s� um no Tribunal Superior do Trabalho. Mas somos 52% da popula��o brasileira”, reclama.

Antes de ser ju�za e, depois, desembargadora, Luislinda foi procuradora federal. Neta de escravos e filha de uma lavadeira e de um motorneiro de bonde, teve uma inf�ncia pobre e s� se formou em Direito aos 39 anos. Desde 2013 � filiada ao PSDB, mesmo partido do titular do Minist�rio da Justi�a, Alexandre de Moraes, ao qual a secretaria est� atualmente subordinada (no governo de Dilma Rousseff, a Igualdade Racial tinha status de minist�rio, mas foi rebaixada na reforma administrativa de Temer).

Ela � a favor do sistema de cotas e j� participou de um debate sobre o assunto em um programa de televis�o, mas sua fala n�o foi ao ar porque era ano eleitoral - e Luislinda se candidatava a uma vaga na C�mara dos Deputados. Conquistou pouco mais de 9,5 mil eleitores, o que n�o foi suficiente para se eleger.

No mesmo dia em que o Senado decidiu pelo afastamento de Dilma, o Instituto Teot�nio Vilela - ligado ao PSDB - publicou um v�deo em que a desembargadora repreende o fato de negros e pobres estudarem em escolas p�blicas, enquanto brancos e ricos est�o nas institui��es particulares, com muito mais acesso � educa��o de qualidade e tecnologias. Ela defende, ainda, que � preciso criar cotas nas comiss�es de concursos p�blicos e no Quinto Constitucional, dispositivo que prev� que 20% dos membros de determinados tribunais brasileiros sejam advogados e membros do Minist�rio P�blico.

Racismo

No v�deo, Luislinda afirma que o Brasil “n�o evoluiu” e que “n�o h� vontade pol�tica de realmente exterminar o racismo”. “O povo est� acostumado a vislumbrar o negro com uma vassoura e um pano de ch�o. Onde est� a participa��o do povo negro na evolu��o socioecon�mica deste Pa�s?”, questiona-se. “Se n�o tomarmos provid�ncias dr�sticas urgentemente, o racismo vai permanecer por muitos anos.”

Ela afirma, ainda, que a pr�tica da corrup��o “destr�i principalmente o povo preto, pobre e da periferia”, porque lhes tira a oportunidade de sa�de, seguran�a e educa��o. Fazendo refer�ncia � Dilma, diz que “o governo deixou roubar”, fazendo “os pretos pagarem mais caro”


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