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Estado de Minas

Filho de Machado deu caminho de esquema que rendeu mais de R$ 100 milh�es ao PMDB


postado em 16/06/2016 14:37 / atualizado em 16/06/2016 15:30

Expedido Machado da Ponte Neto, filho do ex-presidente da Transpetro S�rgio Machado, entregou aos investigadores da Opera��o Lava-Jato os detalhes de contas no exterior que foram abastecidas com a propina paga por empresas para o esquema do PMDB - que teria rendido entre 2003 e 2013 mais de R$ 100 milh�es.

Did, como � conhecido Expedito, controlou as contas da propina do pai de 2007 a 2013. Nelas, afirmou ter atingido os R$ 73 milh�es guardados com os repasses de empresas contratadas pela Transpetro, entre elas a Camargo Corr�a, UTC e a Queiroz Galv�o. O acordo de dela��o do filho foi parte do acordo para que o homem-bomba do PMDB falasse.

S�rgio Machado, que teve sua dela��o homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), come�ou a ser investigado pela Lava Jato, em Curitiba, em 2014. Sob risco de ser preso junto com o filho, Machado decidiu entregar o que sabia e documentos para ajudar a Lava-Jato a rastrear a propina do PMDB que foi desviada da Transpetro.

Investigadores da Lava Jato acreditam que os registros de dep�sitos que abasteceram essas contas e tamb�m os registros de sa�das, com ajuda de coopera��o internacional com a Su��a, levar�o a dados sobre representantes e offshores ligadas aos pol�ticos do PMDB e de outros partidos citados na corrup��o da Transpetro - como o ex-presidente do PSDB S�rgio Guerra (morto em 2014).

Trust


O filho do delator afirmou ter usado em duas ocasi�es contas de trusts - mesmo tipo de conta usada pelo presidente afastado da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e que ele nega ser dono - para guardar e movimentar a propina desviada da Transpetro. Uma delas � a Tartufo, primeira a ser integralmente controlada por ele, aberta no HSBC, em Zurique, na Su��a.

Did narra ainda que em 2012, criou uma nova trust, a Mattherhorn, no banco Julius Baer. "O valot total de propina recebido no HSBC equivalia � �poca ao montante de R$ 72,9 milh�es", declarou o filho de Machado, ouvido no dia 10 de maio, pela Procuradoria-Geral da Rep�blica. "Referida quantia representava pagamentos recebidos das empresas Queir�z Galv�o, Camargo Corr�a, NM Engenharia, Galv�o Engenharia, Devaran Internacional, Irodotos Navigation a t�tulos de vantagens il�citas que somaram R$ 44,7 milh�es." Did afirmou que nessa conta tamb�m estava incluso "pagamentos recebidos da HR Financial Services refentes a acordos que totalizaram R$ 28 milh�es", uma empresa ligada ao grupo dono da Avianca, German Eframovich.

Mais de 20 nomes de pol�ticos foram entregues por Machado em sua dela��o premiada com a PGR, em busca de uma redu��o de pena. Nos 11 anos que comandou a Transpetro, ele diz que repassou mais de R$ 100 milh�es para membros do partido, principalmente para o presidente do Senado, Renan Calheiros (R$ 32 milh�es), o presidente do partido Romero Juc� (R$ 21 milh�es), o ex-presidente da Rep�blica Jos� Sarney (R$ 18 milh�es), entre outros. Repasses em dinheiro em esp�cie, transfer�ncias a interpostos e doa��es eleitorais.

Did indicou quem eram os funcion�rios das empreiteiras indicados pelo pai para tratar das transfer�ncias das propinas para o exterior. No caso da Camargo Corr�a, por exemplo, ele indicou o nome de Pietro Bianchi como respons�vel pelas tratativas e a empresa Desarrollo Lanzarote SA, como caminho do dinheiro.

No caso dos pagamentos da Queiroz Galv�o, ele afirmou que eram feitos por diversas origens e que perdeu o registro de identifica��o exato de quais dep�sitos est�o relacionados a ela. Mesmo assim, com base nos nomes de empresas que fizeram dep�sitos listou alguns que podem ser relacionadas � empreiteira.

Oculta��o


Expedito Machado contou ainda que no final de 2014, quando a Lava Jato j� investigava o pai por envolvimento no esquema de corrup��o na Petrobras, encerrou as contas e abriu uma terceira conta de trust, de nome Glacier. Esse fundo de investimento (trust) teve duas contas abertas em dezembro daquele ano, no banco PICTET, nas Ilhas Bahamas, e uma conta no banco UBS, na Alemanha.

Esses seriam valores da propina de Machado. O delator assumiu no acordo a devolu��o de R$ 74 milh�es que ele teria recebido de propinas na Transpetro. Segundo seus termos, ele tirava, em m�dia, R$ 2 milh�es por ano em propinas.

In�cio


Segundo S�rgio Machado, a abertura das contas no exterior come�ou com o acerto de propinas com as empreiteiras Camargo Corr�a e Queiroz Galv�o, que haviam formado o Estaleiro Atl�ntico Sul (EAS), contratado para construir dez navios. Os contratos eram parte do pacote de nacionaliza��o das constru��es de navios e embarca��es para a Petrobras, promessa de campanha do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva - batizado de Promef (Programa de Moderniza��o e Expans�o da Frota).

"A Queir�z Galv�o e a Camargo Corr�a pediram que abrisse uma conta no exterior. Como nunca tinha tido conta no exterior nem offshore procurou seu filho Expedito", declarou Machado. O filho Expedito confirma a hist�ria, em sua dela��o, e diz que seu irm�o S�rgio Firmeza Machado foi inclu�do no neg�cio, sem conhecimento de que os valores eram fruto de corrup��o.

Em um de seus depoimentos, o ex-Transpetro relatou que o pagamento de vantagens il�citas n�o se dava em virtude de medi��es, mas era deduzido da margem de lucro das empresas, 'sempre respeitando o or�amento t�cnico da Transpetro'. S�rgio Machado declarou que buscava os valores nas empresas selecionadas � medida que fazia os acertos com pol�ticos em Bras�lia.

Para investigadores da Lava-Jato, a vers�o contada por Machado e pelos filhos de que os pagamentos n�o estavam relacionados a sobrepre�o e fraudes nos contratos, mas sim tirado da margem de lucro das contratadas, � question�vel. Nos contratos da Petrobras em obras de constru��o e reformas de refinarias, per�cias da Pol�cia Federal apontam que os valores do chamado "custo pol�tico" eram embutidos nos or�amentos dos projetos apresentados em licita��es, elevando os custos das contrata��es p�blicas.


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